Por Ingrid Vitória Latanzi Silva Em Alunos

Queimadas no Pantanal: o que está acontecendo?

Avanços dos incêndios neste importante bioma e mobilidade internacional na busca por resposta do governo brasileiro

Há algumas semanas, ao ligarmos o telejornal, abrirmos os podcasts de notícias e entrarmos nas redes sociais, nos deparamos com a seguinte notícia: "O Pantanal está em chamas", e isso não é figura de linguagem, na verdade, representa uma realidade bem grave no cenário brasileiro atual.

Mas antes de falar da notícia propriamente dita vamos contextualizar este importante ecossistema. O Pantanal é um dos mais importantes biomas do Brasil, ele está localizado na região do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, uma parte da Bolívia e no Paraguai, tendo 150.355 km² de extensão.

Esse santuário natural é a maior plataforma de inundação continental do mundo, ou seja, o Pantanal alterna entre cheias e secas. De janeiro a março, as águas inundam as planícies pantaneiras deixando os solos férteis.

Logo após esse período vem a etapa de seca, onde sobram os nutrientes no solo, fazendo produzir diversos alimentos para vários tipos de animais. Por isso, também, essa região carrega a maior parte de biodiversidade de aves e reduto de onças pintadas do mundo.

E as queimadas?

O Pantanal está acostumado a ter queimadas naturais que ocorrem em período de seca, na maioria das vezes de agosto a outubro. No entanto, este ano elas deram início em janeiro, no ciclo de cheia. Desta forma, decorrendo o maior período de seca em 47 anos deste patrimônio natural.

Ou seja, o que está acontecendo atualmente não chega nem perto de ser um fenômeno natural, mas, sim, anormal e desumano. A quantidade de animais sofrendo inevitavelmente direcionado a fins trágicos nos causa um sentimento de debilidade e angústia.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizaram nos primeiros dez dias de setembro, 2.550 focos de queimada - 88% do volume registrado em todo o mês de 2019.

Em decorrência desta situação houve um impacto nas mudanças climáticas. Algumas projeções demonstram consequência, como aumento da temperatura, redução da chuva e período mais secos em algumas regiões. Por conta deste cenário, a umidade do ar está diminuindo e não só os animais, mas as pessoas que vivem perto, estão desenvolvendo problemas de saúde.

O dilema é que esse clima seco causa o fenômeno do fogo imperceptível, também conhecido como turfas, que basicamente são regiões que superaquecem e pegam fogo por conta de um fungo, tornando mais propenso a proliferação das chamas e mais dificultoso a dissipação dos incêndios.

Em meados de julho, o governo implementou uma regra muito importante denominada moratória do fogo, proibindo queimadas legais por 120 dias. No entanto, assim como na Amazônia, as queimadas têm origem criminosa, o que faz com que mesmo com o decreto os incêndios sigam sem controle.

As áreas queimadas serão reparadas?

Infelizmente, de acordo com estudiosos, vai demorar cerca de 20 a 40 anos para recuperar os danos sofridos pela queimada, visto que elas sofreram proporções gravíssimas, correspondendo aproximadamente a dez vezes a cidade de São Paulo - maior cidade do Hemisfério Sul. Assim, as consequências das queimadas não serão revertidas facilmente.

Além disso, a situação do Pantanal se torna mais crítica a partir que percebemos a falta de respaldo legal. Não há nenhuma lei no Brasil que proteja o Pantanal, assim como acontece com a Amazônia e com a Mata Atlântica.

No entanto, não é apenas o governo que deve implantar medidas. A sociedade necessita se ambientar - educar acerca do meio ambiente - enxergar a importância e o que a degradação do mesmo impacta nas nossas vidas. A cultura verde e amarela ainda é muito leiga em relação a esta temática e é algo imprescindível em um país tropical cheio de biodiversidade.

Qual o impacto do Pantanal no exterior?

Não é de hoje que acontecimentos relacionados aos desastres naturais no Brasil repercutem internacionalmente. As últimas notícias mostraram a notoriedade de oito países, dentre eles o Reino Unido, que cobraram do Brasil uma postura acerca dos acontecimentos ambientais no país.

A situação conflituosa impactou nas decisões econômicas, pois esses países ameaçaram o Brasil de tirá-lo de circuitos internacionais, sendo assim, acordos como o do Mercosul e União Europeia possivelmente não entrarão em vigor.

Este debate está previsto para se resolver nesta semana, na qual haverá uma reunião com os principais líderes mundiais, que debaterão sobre a questão acerca do meio ambiente e a Covid-19, expondo a opinião do Brasil no que diz respeito a estas problemáticas.

O que esperamos do futuro?

Precisamos de reforços e de ajuda, pois é a biodiversidade que está se esvaindo. E assim como nos hospitais temos os heróis em combate ao vírus, no Pantanal temos os heróis em combate às chamas: bombeiros, brigadistas, forças militares e a própria população local vêm se mobilização ao combate do fogo. Diversas ONG's também estão realizando campanhas de doações para ajuda deste bioma tão notável.

Essa catástrofe ambiental, que não está acontecendo apenas no Pantanal, nos aflige por não termos controle, um sentimento de impotência por não sabermos o que fazer nos apodera. Continuamos torcendo por esses profissionais que estão na linha de frente, e por medidas efetivas governamentais que combatam essas chamas desastrosas, como cobrar ações imediatas do governo federal, apoiar as organizações que estão em combate ao local e, principalmente, conscientizar a população da gravidade da situação.

Será que vamos ver este bioma com sua inteira biodiversidade como antes? As onças correndo por seu habitat natural? Não podemos perder a esperança, temos que lutar e protestar por essa causa. Nós estamos falando de vida, estamos falando do Brasil, da nossa casa. Vamos guardar sementes, vamos ajudar nas campanhas prol essa causa, vamos reconstruir e fazer a nossa parte.

Não esqueça, fique ligadinho e acompanhe o Meon Jovem. Esse projeto esplêndido, que instiga talento e desperta oportunidade.

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Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.

Escrito por
Ingrid Latanzi (Arquivo Pessoal )
Ingrid Vitória Latanzi Silva

Aluna do 3° ano do Ensino Técnico em Administração - Colégio Univap - Unidade Centro - São José dos Campos

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