Segundo o Dicionário de política de Noberto Bobbio, representatividade é a expressão dos interesses de um grupo na imagem de uma figura pública, a qual fala em nome do conjunto, a fim de suprir suas demandas e necessidades. Atualmente, essa busca pela representação de determinados públicos, tal como as minorias (grupos que se diferenciam da maioria social), é comumente percebida em nosso cotidiano, seja por meio de debates ou nos diversos textos divulgados nos veículos de comunicação. Mas, afinal, qual a importância da representatividade e por que tantas pessoas falam disso hoje em dia?
Ao longo dos últimos anos, a representatividade tem se demonstrado cada vez mais indispensável na formação de um sistema democrático inclusivo e igualitário. Não importando o espaço - artes, literatura, música, política, etc - seu papel de retratar a multiplicidade que nossa sociedade possui e reconhecer suas diferenças foi imprescindível na inclusão de grupos que até então foram marginalizados e esquecidos. Esse efeito é muito notado no caso de minorias, como a população negra, o grupo LGBTQI+, mulheres, entre outros, que agora possuem uma voz muito mais ativa se comparada ao passado - ainda que muito distante do ideal.
Ademais, tal expressão também tem demonstrado sua relevância como um componente diretamente ligado à construção da subjetividade e identidade de uma pessoa. Segundo o psicólogo social Serge Moscovici, nossos comportamentos são orientados pelo conhecimento do senso comum: um conjunto de ideias e explicações resultados das interações sociais. Seguindo sua teoria, essas ideias, compartilhadas entres os indivíduos de um grupo, podem ser organizadas ou gravadas em diferentes configurações, o que pode vir a induzir o posicionamento que essas pessoas possuem acerca de um tema. Dessa forma, a visão que temos sobre nossas características ou nossa identidade como participantes de uma comunidade é persuadida pela maneira como essas são retratadas.
Portanto, podemos dizer que a representatividade vai muito além de meras definições de dicionários, uma vez que sua importância reside nos mais diversos âmbitos da sociedade contemporânea. Seja na construção de uma política mais inclusiva ou no processo de autodescoberta de um indivíduo, é evidente como a conscientização sobre a diversidade pode contribuir com o desenvolvimento de um conhecimento mais aprofundado sobre temas tão relevantes.
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Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.
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