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Lucro e sustentabilidade: é possível?

Posicionamento dos Estados Unidos gerou polêmica

Escrito por Meon

01 NOV 2024 - 16H39 (Atualizada em 28 NOV 2024 - 14H25)

Alpha Lumen

Nesta sexta-feira (25/10), representantes de diversos países da ONU se reuniram em uma reunião intermediada pelo PNUMA, para debater acerca do tema "Oceanos e mudanças climáticas", visando desenvolver acordos remediadores de tal problemática ambiental, que vêm impactando a qualidade de vida de inúmeras populações em um aspecto mundial.

O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), fundado no ano de 1972, é uma organização internacional cujo principal objetivo reside na defesa global do meio ambiente. Nesse sentido, esse programa se destaca pela elaboração de medidas remediadoras ou resolutivas, desenvolvidas através de reuniões diplomáticas, as quais estabelecem comunicações entre diferentes países - e seus representantes - a fim de estruturar projetos. Assim, ao ser mundialmente reconhecido pela sua autoridade ambiental, essa organização se demonstra como elemento fundamental na intermediação de conflitos e crises climáticas que abrangem diversas nações.

No início da primeira sessão do comitê, na qual os delegados abordaram “Agentes das mudanças climáticas” como tema principal, a maioria dos países presentes se mostraram favoráveis a necessidade de preservação ambiental e incentivaram a busca por projetos sustentáveis que visem amenizar a crise climática vivenciada na atualidade. Entretanto, desde a apresentação do discurso inicial, a delegação dos Estados Unidos se destacou pelo seu posicionamento, ao propor uma abordagem voltada para a elaboração de projetos sustentáveis que visem a manutenção do lucro como um dos objetivos principais.

“É necessário um equilíbrio entre a sustentabilidade e o lucro, é uma luta que todos nós precisamos enfrentar” - Afirmou Ricardo Coutinho, delegado dos EUA”

A colocação do representante desse país gerou controvérsias dentre os outros participantes presentes na conferência, que enfatizaram como a crise ambiental global impacta os seus países. A delegação da Indonésia, por exemplo, retratou, durante seu discurso, que a população e a economia de sua região apresentam grande dependência em atividades associadas com o ambiente marinho, enfatizando que a degradação do ecossistema oceanico afeta a questão alimentar das famílias e provoca diversos desastres ambientais que impactam negativamente na qualidade de vida das mesmas.

Ademais, a delegada da ONG WWF (World Wide Fund for Nature), Yasmin Kyara, apontou a responsabilidade do agravamento da crise em diversas regiões aos governadores das nações, abordando também como o caráter técnico e ideológico de produção da contemporaneidade são elementos agravantes da problemática vivenciada. Ou seja, formas de exploração natural, tais como o extração indevida de recursos naturais, fábricas que emitem gases poluentes, descarte indevido de poluentes em rios, lagos ou Oceanos e o desmatamento, impactam negativamente no bem-estar ecológico.

Nesse sentido, durante o andamento da reunião, Ana Júlia Amorin e Samuel Arantes de Moura, senhores delegados das nações da França e do Chile, respectivamente, manifestaram-se opostos ao posicionamento dos Estados Unidos, simpatizando-se com a situação vivenciada por outras delegações presentes, estabelecendo um cenário alarmante na conferência.

Embasando-se em fatos históricos e políticos, a delegada francesa ressaltou que o governo estadunidense não possui comprometimento com as questões climáticas, tendo em vista que, durante o governo de Donald Trump, o mesmo havia saído do Acordo de Paris - desenvolvido em 2015 visando o investimento em medidas de combate às mudanças climáticas. Dessa forma, ao estabelecer uma análise crítica do argumento dos Estados Unidos, afirmou que este país apenas se importa com a lucratividade dos sistemas de produção, pouco considerando a questão ambiental do mundo.

Além disso, após a colocação da senhora Ana, a delegação do Vietnã demonstrou apoio ao país de Tuvalu como uma forma de questionamento ao representante do governo norte-americano. Isso porque, a nação citada sobrevive sob uma alarmante condição climática, na qual essa região está periodicamente afundando em razão do aumento nos níveis do oceano; proveniente do aumento anormal das temperaturas que derrete as geleiras.

“Será que a busca incessante pelo lucro não é o que gerou essa problemática global que estamos todos vivendo atualmente? Olhe o Tuvalu, por exemplo, as ações de inúmeros países no processo de degradação do meio ambiente e do clima está colocando a vida de milhares de pessoas em risco”- Falou a delegada.

Dessa forma, apesar do desenrolar de conflitos entre os participantes do comitê PNUMA durante a primeira sessão, os delegados representantes dos países presentes na conferência conseguiram desenvolver e concluir o documento de trabalho exigido pela reunião. Assim, conclui-se que os participantes do comitê “Oceanos e mudanças climáticas” foram capazes de atingir uma coesão durante o debate do tema da conjuntura inicial “Agentes das mudanças climáticas”.

EXPEDIENTE: Sofia Thomaz Colombani | Audiovisual: Gabriel Espildora


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