Brasil

Bancos caem na Bolsa e perdem R$ 41 bi em valor de mercado

Queda ocorre após decisão de Dino sobre Lei Magnitsky

Escrito por Meon

20 AGO 2025 - 00H39

Foto: Divulgação

As ações de grandes bancos brasileiros registraram forte queda nesta terça-feira (19) após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, sinalizar que instituições financeiras poderão ser punidas caso apliquem no Brasil sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes pelos Estados Unidos. O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 2,10%, aos 134.432 pontos, com destaque para Banco do Brasil (–6,02%), Santander (–4,87%), BTG (–3,48%), Bradesco (–3,42%) e Itaú (–3,04%). No total, o setor bancário perdeu cerca de R$ 41 bilhões em valor de mercado em apenas um dia.

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A reação do mercado ocorreu após decisão de Dino, proferida na segunda-feira (18), em que ele afirmou que ordens de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pelo STF. Embora relacionada a um processo do rompimento da barragem de Mariana (MG), a medida foi interpretada como uma resposta direta à inclusão de Moraes na lista de sanções dos EUA, com base na Lei Magnitsky, que prevê restrições financeiras a pessoas acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.

A decisão gerou divisão dentro do Supremo, com ministros criticando a iniciativa de Dino por ter se antecipado ao relator natural do caso, Cristiano Zanin. Nos Estados Unidos, o Departamento de Estado reagiu em tom duro, classificando Moraes como “tóxico” e reforçando que tribunais estrangeiros não podem anular sanções internacionais. Segundo o governo americano, instituições que prestarem apoio material a indivíduos sancionados também podem ser alvo de punições.

Especialistas ouvidos pelo mercado financeiro afirmam que os bancos ficaram em um impasse: se seguirem a ordem de Dino, podem sofrer retaliações externas; se cumprirem as sanções americanas, estarão sujeitos a punições no Brasil. Analistas destacaram que a incerteza jurídica pressiona o setor, aumenta o risco de elevação nos custos de capital e pode comprometer a integração das instituições brasileiras ao sistema financeiro global.

O episódio intensifica a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos e amplia a percepção de insegurança regulatória no país, em um momento em que investidores buscam refúgio em ativos considerados mais seguros, como dólar e ouro. Até agora, não há definição clara sobre como os bancos irão se posicionar diante do impasse.

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