Brasil

Empresas vão priorizar liderança com atenção ao desenvolvimento de pessoas

Empresas vão priorizar liderança com atenção ao desenvolvimento de pessoas

Escrito por Meon

30 JUL 2025 - 12H48 (Atualizada em 30 JUL 2025 - 13H06)

Viri Gutiérrez/Lummi

O desenvolvimento de pessoas deixará de ser apenas uma tendência para se consolidar como pilar estratégico das lideranças corporativas em 2025. Após anos de debates sobre a importância do capital humano, o mercado finalmente incorpora essa perspectiva ao núcleo dos negócios, em um contexto no qual as transformações exigem novas abordagens de gestão.

A virada estratégica é confirmada pelo relatório “Tendências Globais de Capital Humano 2024” da Deloitte. Segundo a pesquisa, executivos têm priorizado ações que promovam impactos positivos para os colaboradores, com ênfase em bem-estar e oportunidades de crescimento.

Esse movimento tem impulsionado as corporações a repensarem a gestão. O organograma online mostra a substituição de estruturas hierárquicas por modelos mais horizontais, centrados no potencial humano.

Números recentes comprovam que não se trata apenas de um discurso humanista, mas de estratégia com retorno mensurável. Conforme levantamento citado pela consultoria Moodar, empresas com lideranças empáticas registram queda de 78% nos índices de absenteísmo e 51% na rotatividade de pessoal. A mesma fonte destaca outro dado revelador: times com alto nível de engajamento aumentam a produtividade em 17% e a lucratividade em 23%.

Bem-estar e saúde mental como pilares estratégicos

A preocupação com saúde mental, antes restrita a iniciativas pontuais ou departamentos de recursos humanos (RH), agora ganha centralidade na agenda dos executivos. A abordagem vai além de programas superficiais de bem-estar: é preciso incorporar práticas que efetivamente equilibrem demandas profissionais e necessidades pessoais dos colaboradores.

Conforme aponta o material da Moodar, “a saúde mental continuará sendo uma prioridade para as empresas em 2025, não apenas como uma responsabilidade social, mas como um elemento estratégico para o sucesso dos negócios”.

Os programas genéricos de capacitação já não respondem aos desafios contemporâneos. “Abordagens padronizadas já não atendem à diversidade de necessidades e expectativas dos colaboradores”, destacam os dados levantados pela Moodar. “Em 2025, o foco será em trilhas de aprendizado personalizadas que combinem soft skills e capacitações técnicas alinhadas aos objetivos organizacionais.”

Paralelamente, competências comportamentais ganham espaço inédito nas avaliações de desempenho. O estudo da Twygo aponta que “em um cenário onde as mudanças são constantes, as soft skills, ou habilidades comportamentais, estão se tornando um dos principais diferenciais competitivos no mercado de trabalho”. Entre essas competências, a pesquisa da GPTW citada no estudo revela que empatia e gestão humanizada lideram o ranking de características desejadas em líderes, sendo valorizadas por 45,1% dos profissionais entrevistados.

Decisões baseadas em evidências ganham força nas empresas

Intuição e experiência perdem espaço para decisões baseadas em evidências. “Uma liderança baseada em dados é aquela que utiliza informações concretas para embasar decisões estratégicas, em vez de depender exclusivamente da intuição ou experiência pessoal”, sintetiza o levantamento da Twygo.

Já a pesquisa da Deloitte aponta para uma transformação irreversível: “o uso de tecnologia e análise de dados para tomadas de decisão estratégicas está se tornando indispensável, especialmente para avaliar o desempenho dos funcionários e prever tendências do mercado de trabalho”. O mesmo estudo revela que 49% dos líderes consideram o uso de dados fundamental para aprimorar seus processos decisórios, embora ainda enfrentem desafios para transformar esses dados em insights aplicáveis.

Na visão do MBA da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP/Esalq), a inovação deixa de ser departamental para se tornar responsabilidade distribuída: “inovar será uma responsabilidade diária para as lideranças. O líder moderno precisará promover ambientes que incentivem a criatividade, recompensem a experimentação e aprendam com os erros”.

Por:  Laís Cerqueira

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Meon, em Brasil

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.