Brasil

Julgamento da Boate Kiss termina com os quatro réus condenados pela Justiça

Grupo foi condenado por dolo eventual – quando assume-se o risco de que o crime ocorra

Escrito por Ana Lígia Dal Bello

10 DEZ 2021 - 18H30

Juliano Verardi/Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Após dez dias de depoimentos, o julgamento do caso da Boa Kiss chegou ao fim nesta sexta-feira (10) com a condenação dos quatro réus acusados por 242 mortes no incêndio que aconteceu em janeiro de 2013. A informação é do jornal Estadão.

O grupo foi condenado por dolo eventual.

No total, 12 vítimas, 16 testemunhas e um informante foram ouvidos.

Após deliberação do júri, composto de seis homens e uma mulher, o juiz Orlando Faccini Neto leu o veredito. "A sentença é longa, é pública, mas não vou ler inteira", disse. Ele afirmou que todos foram condenados:

Elissandro Callegaro Spohr (sócio-proprietário do local): condenado;

Mauro Londero Hoffmann (sócio-proprietário do local): condenado;

Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira e responsável por acender os fogos que se espalharam pelo local): condenado;

Luciano Augusto Bonilha Leão (técnico de apoio do grupo e que estava como réu porque teria passado o artefato pirotécnico aceso): condenado.

O Ministério Público pedia a condenação dos acusados por homicídio doloso (quando o acusado tem a intenção ou assume o risco de morte). Já os advogados de defesa pediram absolvição ou pelo menos alterar a pena de dolo para culpa.

Os quatro respondiam por homicídio simples, consumado 242 vezes (total de vítimas) e tentado outras 636 (número de sobreviventes).

O incêndio na boate começou durante show da banda Gurizada Fandangueira, quando o vocalista disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que era coberto por uma espuma e pegou fogo em minutos.

Além do incêndio que matou mais de 200 jovens naquela noite, outra parte das vítimas morreu após inalar a fumaça tóxica liberada com a queima da espuma de proteção acústica no teto. A perícia apurou que não havia ventilação e extintores de incêndio que funcionavam.

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Por Ana Lígia Dal Bello, em Brasil

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