Brasil

Lula rebate tarifas de Trump e denuncia intromissão dos EUA no Judiciário brasileiro

Presidente classificou como “xerifismo global”

Escrito por Meon

11 JUL 2025 - 18H03 (Atualizada em 11 JUL 2025 - 21H41)

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Na quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevistas ao Jornal Nacional, da Globo, e ao Jornal da Record, criticando duramente a proposta de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Lula considerou a medida uma “intromissão grave” e rechaçou tentativas de interferência nos processos judiciais que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Trump associou a intenção de taxar o Brasil ao andamento do julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado — tema que também motivou a divulgação de uma carta em que o ex-presidente americano exige, em letras garrafais, a interrupção imediata das investigações. Lula reagiu: “Ele [Trump] não pode pensar que foi eleito para ser xerife do mundo”, e classificou como grave “a intromissão de um presidente de um país no Poder Judiciário do meu país”.

Questionado sobre sua visita humanitária à ex‑presidenta argentina Cristina Kirchner — autorizada pela Justiça local — Lula afirmou que se tratou de um ato de solidariedade, e não de interferência externa.

Lula informou ainda que o Brasil utilizará, se necessário, a Lei da Reciprocidade, aprovada em abril deste ano, para retribuir as tarifas dos EUA de modo equivalente. A estratégia inclui também buscar respaldo da Organização Mundial do Comércio (OMC). Se não houver acordo, a retaliação via reciprocidade começará em 1º de agosto — data anunciada por Trump para a entrada em vigor das tarifas.

Economistas consultados por agências internacionais estimam impacto de até 1% no crescimento do PIB brasileiro, mas o governo minimiza o risco, citando diversificação comercial e resiliência. Por outro lado, analistas alertam que o uso de tarifas como ferramenta geopolítica fere normas globais de comércio e pode desencadear retaliações atípicas no contexto pós-Guerra Fria.

O confronto diplomático entre Brasil e EUA expõe o embate entre soberania nacional e poder econômico global. Ao recorrer à lei de reciprocidade e à OMC, Lula sinaliza ambição de um protagonismo autônomo nas relações exteriores, reforçando o alinhamento estratégico com os BRICS e consolidando uma agenda de resistência frente ao unilateralismo americano. A verdadeira tensão, contudo, reside na capacidade de Brasília em sustentar essa cruzada sem comprometer fluxos comerciais vitais.

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