Impulsionado por maior acesso à tecnologia, adoção empresarial e maior regulação, o mercado de criptoativos no Brasil avançou de forma significativa em 2023. Dados recentes divulgados pela Receita Federal revelam que o volume movimentado por brasileiros em ativos digitais atingiu R$ 283,3 bilhões ao longo do ano, um crescimento de 14,4% em relação a 2022. O levantamento, baseado nas declarações mensais enviadas por pessoas físicas e jurídicas, aponta também uma maior diversidade de perfis entre os investidores e mudanças importantes no comportamento do setor.
Consolidação do mercado e aumento da confiança
Diferente do cenário volátil observado nos anos anteriores, 2023 marcou uma fase de maior estabilidade para os investidores brasileiros. Embora criptomoedas ainda mantenham características típicas de ativos de risco, como alta variação de preços e sensibilidade a rumores de mercado, houve uma adoção mais criteriosa e institucional em diversas frentes. Essa seletividade pode ser observada no crescimento do número de investidores acima de 40 anos e no maior uso de plataformas reguladas.
Entre os ativos preferidos, o Bitcoin permanece como o mais negociado, seguido por Ethereum e stablecoins, como USDT e USDC. No entanto, há espaço também para os chamados altcoins, com destaque para as criptomoedas mais voláteis, que despertam interesse não apenas por seu alto potencial de valorização, mas também por servirem de base para operações complexas no universo financeiro e, em alguns casos, para ambientes de entretenimento digital, como cassinos online com integrações blockchain. Nesses contextos, os usuários buscam experiências rápidas, descentralizadas e com possibilidade de retorno financeiro, combinando entretenimento e especulação de maneira fluida.
Perfil e comportamento dos investidores brasileiros
As informações da Receita Federal mostram uma distribuição ampla no perfil etário dos investidores. Cresceu especialmente o número de contribuintes com mais de 35 anos participando ativamente do ecossistema cripto, o que sinaliza maior maturidade nas decisões e um distanciamento da ideia de que ativos digitais se restringem a jovens ou entusiastas de tecnologia.
Outro dado digno de atenção é o aumento expressivo no uso de exchanges nacionais. Com a regulamentação trazendo mais segurança jurídica e exigências mais rigorosas de compliance, a preferência por empresas sediadas no Brasil ultrapassou 60% das operações formalizadas. Isso reflete a confiança crescente dos usuários em operadores locais, além de facilitar a fiscalização por órgãos governamentais.
Pessoas jurídicas também desempenharam papel relevante, especialmente instituições com interesse tecnológico ou foco em meios de pagamento alternativos. Apesar de ainda representarem fatia menor em volume, as empresas ampliaram em mais de 20% suas transações cripto no país, mostrando que os ativos digitais estão deixando de ser apenas especulativos para, de fato, cumprirem funções econômicas.
Regulação e fiscalização mais eficientes
Um dos fatores centrais para o crescimento sustentado do mercado foi o avanço regulatório. A partir de 2023, vigoraram com mais força as normativas definidas pela Lei nº 14.478/22, conhecida como Marco Legal das Criptomoedas. Com a supervisão do Banco Central para prestadoras de serviço de ativos virtuais (VASPs) e a atuação da CVM sobre parte dos tokens com perfil de valores mobiliários, o arcabouço regulatório brasileiro se aproxima dos modelos utilizados por países do G20.
Este ambiente mais regulado favoreceu não apenas a transparência das operações, como também o ingresso de capital institucional. Ao mesmo tempo, organismos como o COAF passaram a contar com mais instrumentos para agir preventivamente contra práticas como lavagem de dinheiro através de criptoativos.
A Receita Federal, por sua vez, ampliou significativamente sua capacidade de análise, com sistemas capazes de rastrear movimentações em tempo real entre carteiras digitais. Dessa forma, ainda que o mercado preserve a natureza descentralizada dos ativos, as entidades governamentais obtêm maior controle sobre a origem e destino dos valores transacionados.
Crescimento e internacionalização das plataformas brasileiras
A expansão do mercado interno impulsionou também o crescimento de exchanges e plataformas de ativos digitais sediadas no Brasil. Empresas nativas, fundadas por empreendedores locais, observaram aumento no número de clientes e ampliaram sua estrutura de atendimento, segurança e compliance.
Parte dessas instituições lançou serviços internacionais, buscando competir em mercados da América Latina, sobretudo em países com baixa bancarização. A interoperabilidade entre reais e moedas locais, aliada à expertise regulatória brasileira, tem sido aproveitada estrategicamente por essas empresas para oferecer soluções em países como Argentina, Colômbia e Peru.
Esse movimento de internacionalização reafirma o protagonismo brasileiro no desenvolvimento de soluções em blockchain voltadas para contextos emergentes, onde a inovação precisa dialogar com realidades complexas e, muitas vezes, instáveis.
Criptoativos e novas fronteiras da economia digital
Mais do que um mercado financeiro alternativo, as criptomoedas têm ganhado papel estratégico na economia digital. No campo do entretenimento, por exemplo, vem crescendo o uso de tokens não fungíveis (NFTs) e moedas digitais personalizadas em experiências gamificadas. Cassinos online, que operam com transparência baseada em blockchain, têm consolidado esse tipo de integração como diferencial competitivo.
Ao oferecer transações rápidas e com baixo custo, muitas vezes sem a necessidade de intermediários bancários, as criptomoedas tornam-se mecanismos ideais para operações em plataformas digitais focadas em usabilidade e diversão. Em paralelo, tecnologias como contratos inteligentes continuam expandindo possibilidades para tudo, desde apostas esportivas com pagamentos automáticos, até o desenvolvimento de novos sistemas de fidelidade baseados em tokens.
De forma gradual, tem-se observado ainda uma aproximação entre o setor financeiro tradicional e o mercado cripto. Grandes bancos passaram a implementar custódia de ativos digitais, enquanto fundos de investimento lançaram produtos atrelados a índices criptográficos. Essa movimentação estimula não apenas a liquidez do mercado, mas amplia as vias pelas quais pessoas físicas podem acessar o ecossistema cripto de maneira regulamentada.
O crescimento de 14% notificado pela Receita Federal é, portanto, indicador de um mercado que não apenas amadurece, mas que também amplia suas conexões com setores diversos da economia, da tecnologia ao entretenimento. O Brasil parece, assim, consolidar sua posição como uma das principais potências cripto da América Latina, em equilíbrio entre inovação, fiscalização e robustez.
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