Desde o anúncio do programa Plano Ruas Visíveis, em dezembro de 2023 — com investimento previsto de R$ 1 bilhão — o número de moradores de rua no Brasil passou de 160 mil para 345 mil, segundo levantamento do Observatório de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da UFMG. O aumento representa um crescimento de mais de 100% em pouco mais de um ano.
Casos extremos ocorreram em dezembro de 2023, com 10 mil novas famílias em situação de rua; em abril de 2024, foram 7,3 mil, todos registrados após a implementação do plano. A situação é mais grave no Sudeste, que abriga 63% da população de rua, seguido pelo Nordeste com 14%.
A concentração no Estado de São Paulo é preocupante: cerca de 139,8 mil pessoas vivem nas ruas, seguida pelo Rio de Janeiro com 31,7 mil e Minas Gerais com 31,4 mil.
O perfil demográfico apontado pelo estudo revela que 85% dos moradores de rua são homens, 70% são negros, quase 10 mil têm menos de 17 anos e 32 mil são idosos acima de 60 anos. A maioria vive em calçadas, viadutos e ocupações informais.
O estudo atribui o aumento a diversos fatores, como:
Crise econômica e inflação, com perda de renda e empregos
Déficit de moradias populares
Desmonte ou atraso na execução de políticas sociais
Impactos pós-pandemia, com aumento da miséria e desemprego informal
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