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PF descobre organização criminosa a partir de morte de advogado

Grupo contava com militares da ativa e da reserva

Escrito por Meon

28 MAI 2025 - 10H58 (Atualizada em 28 MAI 2025 - 11H13)

Reprodução

A investigação da Polícia Federal sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT), revelou uma organização criminosa empresarial especializada em espionagem e assassinatos por encomenda, com participação de militares da ativa e da reserva.

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Cinco suspeitos foram presos nesta quarta-feira (28), em operações realizadas nos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, com autorização do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A apuração também apontou para um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que se estenderia até o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com a PF, o grupo se autodenominava "Comando C4" — ou "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos". A polícia descobriu ainda que a quadrilha mantinha uma tabela impressa com o valor de cada assassinato, variando conforme a função da vítima: "figuras normais" eram avaliadas em R$ 50 mil; deputados, R$ 100 mil; senadores, R$ 150 mil; e ministros ou membros do Judiciário, R$ 250 mil.

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O planejamento das ações criminosas incluía locação de imóveis, uso de garotas e garotos de programa como "iscas", além de disfarces com perucas e bigodes. A estrutura contava ainda com drones e um arsenal de armas pesadas, incluindo cinco fuzis com silenciador, 15 pistolas, munições, lança-rojão, minas magnéticas e explosivos de detonação remota. Parte deste armamento foi apreendida em Minas Gerais.

Foram presos: Aníbal Manoel Laurindo, apontado como o mandante; o coronel Luiz Cacadini, suposto financiador; Antônio Gomes da Silva, identificado como o atirador; Hedilerson Barbosa, que seria o intermediador e dono da pistola 9mm usada no crime; e Gilberto Louzada da Silva. As funções atribuídas aos envolvidos foram detalhadas pela Polícia Civil de Mato Grosso e corroboradas pela PF nesta nova fase da investigação.

Segundo a PF, o assassinato de Zampieri foi motivado por uma disputa judicial envolvendo terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões. Além das cinco prisões, foram determinadas medidas de monitoramento eletrônico, seis mandados de busca e apreensão, e cautelares como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre os envolvidos e entrega de passaportes.

O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros, disparados por um homem de boné através do vidro do passageiro do carro, em frente ao escritório onde trabalhava, em Cuiabá. Segundo a Polícia Militar, ele já utilizava um veículo blindado há mais de cinco anos e foi surpreendido quando saía do local. O delegado Nilson Farias confirmou que o atirador aguardava a vítima na porta do escritório.

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