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Preparar para Vencer: O planejamento da seleção brasileira antes dos jogos amistosos

Escrito por Meon

22 OUT 2025 - 08H52

O futebol de uma seleção nacional nunca dorme. Mesmo longe dos holofotes de uma Copa do Mundo, a engrenagem trabalha sem cessar. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) parece entender bem essa dinâmica. De fato, por trás dos amistosos que muitas vezes o torcedor encara com certa desconfiança, existe uma filosofia clara. Enquanto o debate sobre os resultados ferve e buscas por melhores casas de apostas com bônus se multiplicam, a comissão técnica foca em algo maior.

Um plano de longo prazo batizado de “Preparar para Vencer”. Este conceito orienta cada decisão, desde a escolha do adversário até a complexa logística de uma viagem. Trata-se de uma construção paciente, que visa expor o time a todos os cenários possíveis antes do grande palco mundial. O resultado imediato nem sempre é o foco principal.

O mapa do tesouro tático

A comissão técnica, em concordância com a diretoria, estabeleceu uma rota de desenvolvimento. A prioridade é estritamente técnica. A ideia é fazer a Seleção Brasileira confrontar diferentes escolas do futebol mundial. Devido a essa diretriz, os adversários são escolhidos a dedo.

O plano “Preparar para Vencer” exige que os jogadores enfrentem estilos de jogo variados. Os amistosos contra Coreia do Sul e Japão, por exemplo, não foram aleatórios. Eles oferecem um futebol de altíssima intensidade física. Seus jogadores correm o tempo todo. Além disso, aplicam uma marcação que se assemelha a uma perseguição implacável.

Parece que o objetivo é simular o caos organizado que pode surgir em um mata-mata de Mundial. O roteiro segue uma progressão. Após o teste de resistência asiático, o plano prevê duelos contra seleções africanas. Depois, o desafio final virá contra as potências europeias.

Ecos do passado, lições para o futuro

A estratégia de enfrentar Coreia e Japão não é inédita. A Seleção já esteve na Ásia em 2022, sob o comando de Tite. Naquele momento, o contexto era outro. A equipe estava na fase final de ajustes para a Copa do Catar.

O foco era consolidar um modelo de jogo já estabelecido. Agora, com Carlo Ancelotti, a visita tem um propósito diferente. Inicia-se um ciclo de construção e de testes para 2026. A filosofia “Preparar para Vencer” se mantém, mas os objetivos de curto prazo mudaram radicalmente.

Antes, buscava-se a sintonia fina. Hoje, busca-se a fundação de um novo time. A repetição dos adversários serve como um excelente termômetro. Permite comparar as respostas do time em fases tão distintas de trabalho.

A balança de Tite entre a certeza e a ousadia

Em junho de 2022, a convocação de Tite gerou debates acalorados. A comissão técnica buscava um time mais criativo e equilibrado. Contudo, o treinador optou por uma abordagem mais conservadora. Sua prioridade era a continuidade do grupo. A ausência de certos jogadores em grande fase no futebol brasileiro causou estranheza em muitos.

A decisão revelou uma gestão que prezava pela coesão do elenco. O risco de introduzir uma nova peça, por mais talentosa que fosse, foi considerado alto demais. Tite protegeu a estrutura que já conhecia.

Nos jogos, a equipe correspondeu com uma vitória expressiva sobre a Coreia e um triunfo suado contra o Japão. Os resultados validaram a aposta na força do coletivo já formado.

A prancheta de Ancelotti e o sangue novo

A chegada de Carlo Ancelotti sinaliza uma nova era. Sua primeira convocação para os jogos na Ásia reflete essa mudança. O foco agora está na prospecção de talentos e na experimentação.

Nomes jovens que atuam na Europa ganharam espaço. A lista inclui atletas como Estêvão, Igor Jesus e Luiz Henrique. Sobre tudo, a escolha por jogadores que já estão no continente europeu otimiza a logística. Isso diminui o desgaste das viagens e aumenta o tempo útil de treinamento. É uma abordagem pragmática.

Diferente de Tite, que buscava certezas, Ancelotti usa os amistosos para testar. Ele procura o núcleo da equipe que irá ao Mundial de 2026. Portanto, a tolerância a eventuais tropeços é naturalmente maior.

A comparação entre os dois ciclos mostra uma clara distinção de objetivos.

Ciclo Tite (Rumo a 2022)

Ajuste fino do modelo de jogo existente.

Consolidação do grupo principal para o Mundial.

Ênfase na coesão e no entrosamento da equipe.

Baixa tolerância para experimentações de última hora.

Ciclo Ancelotti (Rumo a 2026)

Implementação de uma nova filosofia tática.

Observação e prospecção de jovens talentos.

Ênfase na construção e renovação do elenco.

Alta tolerância para testes e avaliações.

O adversário invisível chamado fuso horário

Um dos maiores desafios de uma excursão pela Ásia não entra em campo. A gestão da logística é um componente vital do sucesso. A diferença de fuso horário pode chegar a doze horas. Uma viagem do Brasil à Coreia do Sul, por exemplo, supera facilmente trinta horas.

O desgaste físico e mental dos atletas é imenso. Para combater o famoso jet lag, a CBF elaborou um protocolo rigoroso. A delegação se apresenta com bastante antecedência. Isso permite que o relógio biológico dos jogadores se ajuste.

Os treinos são marcados em horários estratégicos, geralmente no fim da tarde. A medida força o corpo a se adaptar ao novo ciclo diário. Claro está que essa programação cuidadosa é fundamental para a performance.

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