Brasil

Sambista, Bira Presidente, morre aos 88 anos

Ele era um dos ícones do samba e fundador do Fundo de Quintal

Escrito por Meon

15 JUN 2025 - 16H58 (Atualizada em 15 JUN 2025 - 17H07)

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O samba brasileiro perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas neste sábado (14). Morreu, aos 88 anos, o músico Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, pandeirista, compositor e um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal. Ele estava internado no Hospital Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e enfrentava um quadro avançado de câncer de próstata e Alzheimer, agravado nas últimas semanas.

Com sua partida, vai-se também um capítulo importante da história do samba. Conhecido pelas mãos ágeis no pandeiro e pelo carisma nas rodas de samba, Bira foi presidente vitalício do tradicional bloco Cacique de Ramos — símbolo de resistência cultural no subúrbio carioca.

Na década de 1970, ao lado de sambistas como Almir Guineto e Jorge Aragão, fundou o grupo Fundo de Quintal, que revolucionou o gênero ao incorporar novos instrumentos e cadências, dando origem ao chamado "pagode moderno". O grupo, nascido das rodas do Cacique, rapidamente conquistou o público e consolidou-se como referência do samba nacional.

Bira gravou mais de uma dezena de álbuns com o Fundo de Quintal e eternizou composições que se mantêm vivas nas vozes e playlists dos amantes do gênero, como "A Batucada dos Nossos Tantans" e "Bebeto Loteria".

O Cacique de Ramos, sob sua liderança, tornou-se um verdadeiro berço de talentos e ponto de encontro de gerações de sambistas de todo o país. Foi ali que Bira ajudou a moldar e inspirar nomes que, hoje, reverenciam sua obra e sua trajetória.

Até o momento, o Cacique de Ramos e o Fundo de Quintal ainda não divulgaram as informações sobre o velório e o sepultamento. A família informou que os detalhes serão anunciados nos próximos dias.

O samba se despede, com pesar, de um mestre cujo legado permanece ecoando no batuque dos tantãs, nos versos das composições e no coração de quem carrega o ritmo como parte da identidade brasileira.

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