O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) ainda não tomou uma posição sobre a construção de uma ponte ou túnel para ligar Santos ao Guarujá. A afirmação foi feita pelo diretor executivo do sindicato, José dos Santos Martins, durante evento promovido pela Fiesp, nesta terça-feira, 10.
"A Sopesp não tem posição definida. Adota uma posição de neutralidade. Mas isso não implica dizer que estamos fora da discussão. Queremos participar ativamente. Temos o maior interesse em termos efetivamente um porto adequado para atender toda a demanda do setor", disse.
Segundo o diretor, o grande desafio das autoridades agora é tomar uma posição técnica para avançar no projeto o quanto antes. "No ultimo workshop, em Santos, tivemos apenas o debate da ponte. Hoje, tivemos a apresentação completa, com ponte e túnel", defendeu.
Em apresentação, a diretora de infraestrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), Jennyfer Tsai, defendeu um novo projeto de ligação seca por meio do túnel, com redução de custos. Segundo a diretora, o projeto anterior do túnel estava custado na casa dos R$ 3,2 bilhões, contra os R$ 2,9 bilhões do projeto da ponte. A nova proposta prevê um túnel otimizado, ao custo de R$2,5 bilhões (por meio de redução sobretudo nas desapropriações) com ligações perimetrais - com projeto ainda em andamento - no valor de R$ 1 bilhão. "Se a dificuldade for meramente financeira, podemos destacar técnicos. A gente quer tirar o projeto do papel e identificar o que pode ser otimizado", disse Tsai.
A Fiesp promoveu um workshop nesta terça-feira, 10, para discutir a melhor opção de ligação seca entre Santos e Guarujá. O Governo do Estado de São Paulo, na gestão anterior, fez a opção pelo túnel. Já nesta gestão, fez-se a opção pela ponte. A possibilidade de a instalação de um limitador artificial no maior porto da América Latina tem preocupado o setor, uma vez que os navios estão cada vez maiores e a ponte pode dificultar o trânsito das embarcações.
A ponte projetada pela Ecovias, que é a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), principal ligação entre a região metropolitana de São Paulo e o Porto de Santos, terá 7,5 quilômetros de extensão entre Santos e Guarujá. O custo previsto da obra é de R$ 2,9 bilhões. Em troca, o governo estenderia o contrato de concessão da Ecovias, que vigora até 2026.
A empreitada da gestão de João Doria de fazer uma ligação seca - atualmente o trajeto pode ser feito por balsas - está longe de ser uma briga nova. Há mais de 90 anos diversos governos tentaram avançar com o projeto, mas sem sucesso.
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