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'Três anos depois', diz Villas Bôas sobre crítica de Fachin a pressão no STF

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - O ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas ironizou, no Twitter, uma crítica do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin aos militares feita nesta segunda-feira (15).

A reprimenda do magistrado foi feita por causa de um livro recém-lançado. Nele, o militar conta que outros integrantes das Forças Armadas o ajudaram a escrever uma nota, três anos atrás, sobre um julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta terça-feira (16), o general Villas Boas comentou a notícia sobre as críticas de Fachin: "Três anos depois".

O general Villas Boas sofre de esclerose lateral amiotrófica. Ele usa aparelhos de informática para se comunicar, como na entrevista que concedeu ao jornalista Pedro Bial. O militar está numa cadeira de rodas.

Alto comando articulou nota, diz livro Em abril de 2018, o STF julgaria um habeas corpus de Lula. O relator era Fachin. Antes do julgamento, Villas Boas publicou duas notas em rede social em que falava que o Exército compartilhava o "repúdio à impunidade".

No livro recém-lançado, "General Villas Bôas: conversa com o comandante", de Celso de Castro, o militar narrou que o texto dele foi redigido em conjunto com "integrantes do Alto Comando" da caserna. Ministros do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) participaram. No julgamento de 2018, Lula perdeu o habeas corpus.

Fachin votou de maneira contrária ao que desejava a defesa do petista. E, por isso, Lula foi preso por já ter sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. O petista só deixou a cadeia em 2019.

Ao saber das novas revelações do livro e do noticiário a respeito do caso ocorrido anos antes, Edson Fachin divulgou uma nota na segunda-feira (15). Nela, o ministro criticou os militares.

"Diante de afirmações publicadas e atribuídas à autoridade militar e na condição de relator no STF do HC 152752, anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário", afirmou Fachin na segunda (16). "A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição."

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