O número de casos suspeitos de intoxicação por metanol em São Paulo caiu para 19 nesta segunda-feira (20) — o menor registro desde 2 de outubro, quando a Secretaria de Estado da Saúde iniciou o monitoramento oficial dos casos. O estado contabiliza 408 suspeitas descartadas e 38 confirmações, com seis mortes, números que permanecem inalterados desde a última sexta-feira (17).
O Governo de São Paulo mantém um gabinete de crise para coordenar as ações de enfrentamento à contaminação por bebidas adulteradas. A partir desta segunda-feira, o balanço oficial passa a ser divulgado diretamente pela Secretaria de Saúde.
Na sexta-feira à noite (17), equipes do Procon-SP e da Polícia Civil realizaram novas fiscalizações em dois estabelecimentos na Zona Leste da capital. Em um deles, foram encontradas garrafas com suspeita de adulteração, sem identificação de lote, que foram apreendidas e encaminhadas para análise. No outro local, foram registradas irregularidades administrativas relacionadas ao Protocolo Não se Cale.
Desde o início de outubro, o Procon-SP disponibiliza em seu site um canal para denúncias de bebidas suspeitas. Além disso, a entidade vem reforçando campanhas de orientação ao consumidor sobre como identificar produtos falsificados.
As ações de fiscalização também resultaram em 64 prisões relacionadas à adulteração e comercialização irregular de bebidas no estado. Somente na última operação, realizada em Santo André, quatro homens foram detidos pela Polícia Civil e um pela Guarda Civil Municipal.
Durante as abordagens, foram encontrados indícios de falsificação em diversos pontos da cidade:
Em uma adega no Jardim Irene, havia 152 garrafas de cerveja com rótulos defeituosos e tampas reutilizadas;
No Centro, uma lanchonete vendia bebidas com coloração diferente da original e lacres falsos;
No Jardim Pastor, foi apreendida uma vodca com selo de IPI irregular;
E em um bar no bairro Utinga, nove garrafas apresentavam rótulos e selos adulterados.
Segundo o balanço do gabinete de crise:
57 casos de intoxicação foram registrados até o momento;
19 estão em investigação, incluindo um óbito em Piracicaba (homem de 49 anos);
38 casos foram confirmados, com seis mortes — três homens da capital (54, 46 e 45 anos), uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo, um homem de 23 anos de Osasco e outro de 37 anos de Jundiaí;
408 casos foram descartados.
As apreensões desde o início da operação somam mais de 22 mil garrafas desde o dia 29 de setembro e mais de 72 mil ao longo de 2025. Também foram recolhidos 481,5 mil rótulos no período (mais de 15 milhões no ano), além de 130 mil vasilhames vazios e 15 barris.
No total, 15 estabelecimentos foram interditados e 20 tiveram inscrições estaduais suspensas.
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