Há 80 anos — em 6 de agosto de 1945, às 8h15, os Estados Unidos lançaram a bomba nuclear "Little Boy" sobre Hiroshima, marcando o primeiro uso desse tipo de arma em guerra. A explosão destruiu a cidade e matou entre 90 mil e 166 mil pessoas nos meses seguintes, a maioria civis.
Três dias depois, em 9 de agosto, uma segunda bomba, chamada "Fat Man", foi lançada sobre Nagasaki. Estima-se que até 80 mil pessoas morreram entre os efeitos imediatos e subsequentes da radiação.
O impacto foi imediato: metade das vítimas em cada cidade morreu no primeiro dia. Nas semanas e meses seguintes, milhares sucumbiram a queimaduras, envenenamento radioativo e complicações de longo prazo, como câncer.
Após os ataques, o Imperador Hirohito anunciou a rendição incondicional do Japão em 14 de agosto, encerrando oficialmente o conflito com a assinatura da rendição em 2 de setembro de 1945 a bordo do navio USS Missouri.
Memorial e legado
Hiroshima e Nagasaki viraram símbolos poderosos dos horrores das armas nucleares. O Parque Memorial da Paz de Hiroshima, com a famosa Cúpula Genbaku— Patrimônio Mundial da Unesco desde 1996 — e o **Museu Memorial da Paz**, preservam a memória dos ataques.
No Parque da Paz de Nagasaki, e em Hiroshima, as cerimônias anuais convocam sobreviventes (os chamados hibakush) e autoridades para homenagens, discursos e pedidos por desarmamento nuclear.
Memorial dos 80 anos, em 2025
Neste ano, ao marcar os 80 anos dos bombardeios, milhares se reuniram às 8h15 do dia 6 de agosto em Hiroshima para observar um minuto de silêncio. O prefeito Kazumi Matsui alertou para o crescimento dos arsenais nucleares e o risco de novos confrontos globais. O evento foi acompanhado por representações de 120 países, incluindo grandes potências nucleares.
Um dos pontos centrais do evento foi a mensagem urgente dos sobreviventes, muitos ainda abaixo dos 100.000, para que o mundo aprenda com a tragédia e evite repetir seu horror. O grupo Nihon Hidankyo, que reúne hibakusha, ganhou o Nobel da Paz em 2024 por seu ativismo antimísseis.
Debate ético e histórico
O uso das bombas permanece objeto de debate entre historiadores e líderes. O ex-presidente dos EUA Dwight D. Eisenhower, em suas memórias de 1963, questionou a necessidade do ataque. Pesquisadores observam que outros fatores — como a entrada da União Soviética na guerra contra o Japão — também pressionaram pela rendição.
Panorama atual
Estima-se que até meados de 2025, menos de 100.000 hibakusha ainda estejam vivos. O Japão não aderiu ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, embora mantenha presença sob o **escudo nuclear dos EUA** e continue pressionando por um mundo sem armas nucleares.
Hiroshima e Nagasaki seguem como símbolos globais da devastação nuclear e da persistente luta por desarmamento — legados que, agora, mais do que nunca, resistem ao tempo.
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