Brasileira fica "presa" no Nepal em meio a protestos

Uma brasileira que viajava a turismo pelo Nepal relatou pelas redes sociais as dificuldades para deixar o país em meio à onda de protestos que tomou conta das ruas desde segunda-feira (8/9). As manifestações já deixaram 19 mortos e mais de 100 feridos, segundo autoridades locais.

A turista Renata Bortolotti, de São Paulo, viajou acompanhada de um grupo de sete mulheres e relatou que, após um passeio em Bhaktapur, cidade vizinha à capital Katmandu, precisou passar a noite fora devido ao bloqueio de estradas. “Estamos no Nepal, de volta a Katmandu. Passamos a noite em Bhaktapur. Não tivemos como voltar porque estava tudo fechado. Todas as estradas bloqueadas. A situação aqui no nosso hotel está normal, mas no entorno queimaram muitas coisas”, escreveu.

O grupo tinha voo marcado para o Butão nesta quarta-feira (10/9), mas o aeroporto da capital permaneceu fechado até o meio-dia. “Ainda estamos esperando atualizações sobre o nosso voo de saída do Nepal. O aeroporto está fechado até meio-dia de hoje”, disse Renata.

Em outro relato, a brasileira contou que passou a última noite em uma casa de hóspedes e ouviu bombas de gás e protestos nas proximidades. “Vivemos momentos de medo, mas estivemos amparadas e seguras dentro de um guesthouse. É triste demais ver o que aconteceu, pelas vidas perdidas, pelos familiares e pelo clima no país.”

Os protestos começaram após o governo bloquear redes sociais como Facebook, WhatsApp, YouTube e X. A medida foi recebida como tentativa de censura e desencadeou a revolta, sobretudo entre os jovens. As manifestações, batizadas de “Geração Z”, culminaram na invasão e incêndio do prédio do Parlamento e da casa do então primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, que renunciou ao cargo na terça-feira (9/9). A esposa do ex-premiê Jhala Nath Khanal morreu após a residência da família ser incendiada por manifestantes.

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