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Coreia do Norte matou e queimou corpo de sul-coreano, diz Seul

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pretexto de proteger seu país de um surto hipotético de coronavírus, militares da Coreia do Norte teriam matado a tiros e queimado o corpo de um homem sul-coreano de 47 anos que navegava em águas norte-coreanas. A acusação partiu do Exército sul-coreano na quinta-feira (24).

O homem, que trabalhava na indústria pesqueira, tinha desaparecido na segunda-feira (21). Ele havia sido visto pela última vez dez quilômetros ao sul da linha de demarcação marítima entre os dois países -respeitada pela Coreia do Sul e desprezada pela Coreia do Norte.

O homem teria sido localizado 24 horas depois, já em águas norte-coreanas. Segundo a agência de notícias AFP, ele teria sido interrogado e executado seis horas depois devido a "ordens de uma autoridade superior". O exército sul-coreano disse ter provas que sugerem que ele estava tentando fugir para a Coreia do Norte, e que teria sido morto sob a justificativa de evitar casos de coronavírus no país.

O comandante militar dos EUA na Coreia do Sul afirmou que as tropas norte-coreanas tinham recebido ordens para matar quem fosse pego tentando entrar no país de forma ilegal, a pretexto de prevenir surtos hipotéticos da doença. O governo norte-coreano -que fechou as fronteiras com a China, sua principal aliada, no final de janeiro-- nega que hajam casos de Covid-19 no país.

Segundo a agência de notícias Yonhap, o presidente sul-coreano Jae-in Moon chamou o assassinato de "chocante" e "imperdoável", e deu ordens para que o Exército ficasse alerta. O Exército sul-coreano disse ter enviado uma mensagem pedindo explicações à Coreia do Norte na quarta-feira (23), mas que ainda não obteve resposta.

"Nossas tropas condenam enfaticamente essa atrocidade, e exigem que a Coreia do Norte dê explicações e puna os responsáveis", disse o general Young-ho Ahn, um dos comandantes do Exército sul-coreano, numa coletiva de imprensa.

A secretaria de segurança nacional da Coreia do Sul chamou o assassinato de "crime contra a humanidade" e exigiu do Norte medidas para evitar que isso se repita no futuro. O caso foi o primeiro assassinato de um sul-coreano pela Coreia do Norte em dez anos.

O ministério da Defesa da Coreia do Sul condenou o crime, que chamou de "escandaloso". "Advertimos solenemente a Coreia do Norte que toda a responsabilidade por este incidente cabe a ela", acrescentou em um comunicado.

A Coreia do Norte é especialmente vulnerável a um surto de coronavírus devido ao seu sistema de saúde precário. Em julho, a chegada de um norte-coreano que voltava da Coreia do Sul fez com que a capital, Pyongyang, decretasse lockdown e pusesse milhares de pessoas em quarentena -antes mesmo que fosse possível concluir se ele tinha a doença ou não. (A Organização Mundial da Saúde afirmou que o resultado do exame foi "inconclusivo".)

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