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Dia Mundial do Meio Ambiente: como enfrentar os desafios globais?

Conscientização sobre cuidados ambientais no mundo

Escrito por Meon

05 JUN 2025 - 10H30 (Atualizada em 05 JUN 2025 - 12H43)

Reprodução

Nesta quinta-feira (5), o mundo celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente com um tema urgente: Combater a Poluição por Plásticos. A campanha deste ano, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), destaca um dos maiores símbolos da crise ambiental contemporânea e reforça a necessidade de ações concretas para frear a degradação dos ecossistemas.

A Crise Planetária Tripla

Segundo o PNUMA, a humanidade enfrenta uma “crise planetária tripla”: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição generalizada. Esses problemas, interligados, avançam rapidamente e colocam em risco a estabilidade ambiental, a segurança alimentar e a saúde pública.

Mudanças climáticas já provocam ondas de calor recordes, inundações devastadoras e secas extremas, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. O relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2023, alertou que a janela para limitar o aquecimento global a 1,5ºC está "se fechando rapidamente". Mais de 3 bilhões de pessoas vivem atualmente em áreas altamente vulneráveis às mudanças climáticas.

Perda de biodiversidade ameaça cerca de 1 milhão de espécies, segundo a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). A perda de habitats, poluição e mudanças climáticas são os principais vetores desse declínio, que compromete a segurança alimentar e o equilíbrio ecológico.

Poluição compromete o ar, os solos e os oceanos, com destaque para os resíduos plásticos. Estudo publicado na revista científica Environmental Science & Technology confirmou, em 2023, a presença de microplásticos no sangue humano e nos pulmões de recém-nascidos, evidenciando o grau de penetração dessas partículas no corpo humano.

O Plástico: Vilão e Símbolo da Modernidade

A escolha do plástico como foco da campanha de 2025 não é por acaso. Esse material revolucionou setores como a medicina, a indústria alimentícia, a construção civil e a tecnologia. Sua versatilidade permitiu avanços importantes e ampliou o acesso a bens de consumo em escala global.

Por outro lado, o uso excessivo, descartável e mal gerido transformou o plástico em um dos maiores desafios ambientais da atualidade. A produção mundial já ultrapassa 430 milhões de toneladas por ano, sendo que cerca de 19 milhões de toneladas acabam vazando para rios, oceanos e solos.

Esse impacto não é apenas ambiental, mas também econômico: segundo o World Economic Forum, os custos sociais e ambientais da poluição plástica superam US$ 300 bilhões anuais, incluindo prejuízos ao turismo, à pesca e à saúde humana.

Atualmente, mais de 150 países participam das negociações para estabelecer um Tratado Global sobre Plásticos, sob a liderança da ONU. A meta é criar um instrumento juridicamente vinculante até 2026, que limite a produção de plásticos e promova sistemas eficientes de reciclagem e gestão de resíduos.

Por que os problemas persistem?

Apesar de décadas de campanhas e eventos ambientais, como o próprio Dia Mundial do Meio Ambiente, a degradação ambiental continua a se intensificar. Especialistas apontam que isso ocorre porque a conscientização, embora essencial, não é suficiente.

“A mudança necessária é estrutural, não apenas comportamental”, destacou Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, em recente pronunciamento. “Sem políticas públicas robustas, investimentos verdes e uma transformação nos sistemas produtivos, não conseguiremos reverter a trajetória atual.”

O que precisa ser feito?

O combate à crise ambiental exige uma combinação de políticas públicas, inovação, cooperação internacional e mudanças no comportamento individual. O PNUMA destaca cinco frentes principais:

Políticas públicas eficazes: regulações ambientais mais ambiciosas, incentivos fiscais para inovação e fiscalização rigorosa.

Redirecionamento dos fluxos financeiros: ampliação de investimentos verdes, critérios ESG padronizados e financiamento para negócios sustentáveis.

Transformação dos modelos de negócios: integração da sustentabilidade à cadeia de valor, adoção da economia circular e mais transparência.

Mudança no consumo: promoção da cultura do “menos é mais”, valorização do reuso, do reparo e da reciclagem.

Alianças multissetoriais: parcerias entre governos, empresas, academia e sociedade civil, com foco em acordos internacionais e metas mensuráveis.

O desafio é global — e urgente

O Dia Mundial do Meio Ambiente 2025 reforça que o tempo para agir está se esgotando. A crise da poluição plástica é apenas a face mais visível de um problema sistêmico, que envolve o modelo de produção e consumo vigente.

Em nota oficial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou: “Estamos diante de uma encruzilhada histórica. Ou escolhemos o caminho da ação climática e da sustentabilidade, ou condenamos as próximas gerações a um planeta inabitável.”

A transformação necessária vai além de campanhas educativas: exige decisões políticas corajosas, inovação tecnológica, mudanças econômicas e, sobretudo, um compromisso global com a sustentabilidade.

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