SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com a cerimônia de posse de Joe Biden nos EUA marcada para esta quarta-feira (20), surge a dúvida sobre o motivo de haver um espaço de tempo tão longo entre a votação que o elegeu em 3 de novembro e o primeiro dia do novo presidente no cargo.
O dia 20 de janeiro, também conhecido em anos eleitorais como o Dia da Inauguração, tornou-se a data de posse do mandatário eleito para a Casa Branca somente em 1933.
Antes disso, o hiato era ainda mais longo, e os presidentes tomavam posse em 4 de março, data que marca o aniversário da Constituição americana, devido à dificuldade de se deslocar durante o inverno no Hemisfério Norte antes das tecnologias que aceleraram os transportes.
A única exceção, que permaneceu mesmo após a mudança da data, é quando o Dia da Inauguração cai em um domingo. Nesse caso, a cerimônia é adiada para a segunda-feira subsequente.
O último presidente a ser empossado em um 4 de março foi o democrata Franklin Delano Roosevelt, em 1933. Reeleito, também foi ele o primeiro a tomar posse em um 20 de janeiro, quatro anos depois.
Devido às várias etapas de certificação dos resultados das urnas nos âmbitos estadual e federal e à possibilidade de contestação dos resultados como as que a campanha de Donald Trump apresentou à Justiça, os atuais quase três meses entre votação e posse também servem para que eventuais disputas sejam esclarecidas e o presidente eleito possa definir com mais tranquilidade sua equipe para o próximo governo.
Nesse período, dá-se popularmente ao presidente em exercício e que dará lugar ao sucessor o apelido de "lame duck" (pato manco, em tradução livre). A expressão diz respeito a um sentimento de inércia no Executivo, visto que alguns líderes não reeleitos ou em segundo mandato, sem a possibilidade de se reeleger tendem a perder o interesse no trabalho ou já não têm influência para alterar pontos importantes.
Por outro lado, as sessões do Congresso no período de "lame duck" também podem ser mais produtivas, caso algum parlamentar queira tirar do caminho algum projeto de lei engavetado, visto que já não se preocupa em agradar ou desagradar seu eleitorado.
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