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Ex-embaixadora dos EUA na ONU diz que Trump não tem futuro no partido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ex-embaixadora dos Estados Unidos nas ONU (Organização das Nações Unidas) Nikki Haley criticou o ex-presidente Donald Trump por seu envolvimento na invasão do Congresso americano e disse que ele não tem mais um futuro dentro do Partido Republicano.

As declarações foram dadas numa entrevista publicada nesta sexta-feira (12) no site Politico.

"Precisamos reconhecer que ele nos decepcionou", disse a também ex-governadora da Carolina do Sul. "Ele percorreu um caminho que não deveria ter seguido, não devíamos tê-lo seguido, e não devíamos tê-lo ouvido. Não podemos deixar que isso aconteça novamente."

Haley sempre foi uma aliada fiel de Trump —tendo endossado o discurso de fraude das eleições e convocado doações de recursos para pagar os advogados que lideram as contestações judiciais em vários estados.

Ao contrário de outros membros do partido, que romperam com Trump ao deixarem o governo, Hayley não passou por um processo de fritura quando renunciou ao posto em 2018.

Apesar de divergir do presidente em diversos pontos —foi muito mais crítica à Rússia e chegou a dizer que as mulheres que acusavam Trump de assédio sexual "deveriam ser ouvidas"—, ela saiu do posto fazendo elogios à administração do republicano.

Na entrevista, ela criticou a postura de Trump em pressionar seu vice, Mike Pence, a reverter a vitória de Biden, —ainda que não exista nada na Constituição americana que dê esse poder de desconsiderar, unilateralmente, o resultado das urnas. "Quando eu digo que estou com raiva, é um eufemismo", disse Haley. "Mike não foi nada além de leal a esse homem."

Sobre o processo de impeachment, que está sendo julgado no Senado, ela disse ser uma "perda de tempo" —para que seja aprovado, o processo exige a votação de dois terços da Casa, e a maioria dos republicanos já sinalizou que vai absolver Trump.

O processo ainda pode acarretar a perda dos direitos políticos do ex-presidente. Se isso ocorrer, ele não poderá disputar a Presidência em 2024. O veto precisa ser aprovado em uma segunda votação, após a aprovação do impeachment, por maioria simples (51 senadores).

Haley, no entanto, diz acreditar que Trump não concorrerá a um cargo federal e que ele não terá um futuro dentro do Partido Republicano. "Eu não acho que ele vai voltar", disse. "Eu não acho que ele pode. Ele foi longe demais."

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