Um cessar-fogo que deveria durar 72 horas foi rapidamente interrompido nesta sexta-feira com o aumento da violência na região sul da Faixa de Gaza e pelo menos 40 palestinos foram mortos após uma ataque israelense. O Exército de Israel informou que dois de seus soldados foram mortos e que um oficial de infantaria pode ter sido capturado em combate.
Israel e Hamas acusam-se mutuamente por interromper o cessar-fogo, que fora anunciado pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) e teve início às 8h (horário local, 2h em Brasília) desta sexta-feira. Os combates voltaram a acontecer menos de duas horas depois do início da trégua.
A Casa Branca condenou a aparente captura do soldado israelense perto da cidade de Rafah, sul de Gaza, descrevendo o fato como uma ação "absolutamente ultrajante" do Hamas. O vice-conselheiro nacional de Segurança, Tony Blinken, declarou que o soldado deve ser libertado imediatamente.
Já Moussa Abu Marzouk, segundo na liderança do Hamas disse, do Cairo, à emissora de televisão Al-Arabiya que o braço militar do movimento não realizou operações militares após as 8h, quando a trégua entrou em vigor.
O porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum não confirmou nem negou a captura de Goldin e afirmou que esse tipo de relato tem sido usado, assim como a notícia de que dois soldados israelenses foram mortos na região de Rafah, para encobrir um "massacre" realizado na cidade após a suposta captura do militar.
A guerra já matou pelo menos 1.500 palestinos, a maioria civis, segundo autoridades palestinas. Israel diz ter perdido 63 de seus soldados e três civis.
Breves tréguas foram anunciadas desde o início do conflito, mas cada uma delas foi interrompida no prazo de horas. O Exército disse que militantes de Gaza haviam disparado oito foguetes e morteiros contra Israel desde as 8h, início do cessar-fogo desta sexta-feira e um deles foi interceptado.
O objetivo do cessar-fogo desta sexta-feira, anunciado pelo secretário de Estado norte-americano John Kerry e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, era ser o primeiro passo na direção de uma trégua mais duradoura. O Egito convidou delegações israelenses e palestinas para irem ao Cairo, onde realizariam conversações.
Apesar do fracasso da trégua, uma autoridade do governo egípcio disse que o país não cancelou seu convite. "As delegações já foram convidadas", disse a autoridade, que falou em condição de anonimato.
O Hamas prometeu manter os combates até que Israel e Egito levantem o bloqueio a Gaza, imposto depois de o grupo militante islâmico ter tomado o poder no território em 2007. Fonte: Associated Press.
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