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Onda de calor na Europa quebra recordes de temperatura

Fenômeno climático já causa ao menos oito mortes

Escrito por Meon

02 JUL 2025 - 10H30

Reprodução

A Europa enfrenta uma severa onda de calor que já provocou a morte de pelo menos oito pessoas, além de afetar a rotina de milhões de moradores em diversos países do continente. Temperaturas acima dos 40°C têm sido registradas em cidades como Paris, Berlim, Sevilha e Huelva, provocando o fechamento de escolas, cancelamento de eventos e até a suspensão de visitas a pontos turísticos, como o topo da Torre Eiffel.

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De acordo com o governo francês, este foi o mês de junho mais quente já registrado desde o início da série histórica em 1900. Em Paris, os termômetros chegaram a impressionantes 42°C. Apesar de uma leve queda nesta terça-feira (2), a temperatura ainda se mantinha nos 36°C, muito acima da média local. Mais de 2.200 escolas foram fechadas por todo o país como medida de precaução.

Pelo menos duas pessoas, incluindo uma menina de dez anos, morreram na França em decorrência de insolação. Outras seis mortes foram confirmadas na Turquia, Itália e Espanha. No total, mais de 300 pessoas receberam atendimento médico na França apenas por complicações causadas pelo calor extremo.

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Na Alemanha, a temperatura chegou perto dos 39°C em Berlim — cerca de 15°C acima da média histórica para o mês. Algumas regiões decretaram o “hitzefrei”, uma medida emergencial que libera os estudantes da obrigação de frequentar a escola em dias de calor extremo.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou a onda de calor como um “assassino silencioso” e alertou para a tendência de aumento na frequência e intensidade desses eventos extremos por conta das mudanças climáticas impulsionadas por atividades humanas. “É algo com o qual temos que aprender a conviver”, afirmou Clare Nullis, porta-voz da OMM.

A Espanha também sofre com temperaturas escaldantes. Em Huelva, os termômetros marcaram até 46°C, enquanto em Tarragona, uma criança de dois anos morreu após ser deixada por horas em um carro sob o sol. Incêndios florestais também colocam o país em alerta. Na Catalunha, ao menos duas pessoas morreram, 14 mil estão confinadas, e mais de 6.500 hectares foram destruídos pelo fogo na província de Lérida.

Em Portugal, a cidade de Mora bateu recorde de calor para o mês de junho, com 46,6°C. No Alentejo, a previsão para os próximos dias é de temperaturas de até 40°C. A população, principalmente idosos, relata dificuldades para lidar com o calor intenso. “Estamos passando muito mal, principalmente à noite”, disse Loli López, de 81 anos, moradora de Sevilha, na Espanha.

Autoridades de várias cidades europeias ativaram protocolos de emergência. Em Barcelona, medidas incluem distribuição de água para moradores de rua e envio de mensagens SMS com orientações para enfrentamento do calor.

A chefe da União Europeia para a Transição Energética criticou a “covardia política” na resposta à emergência climática e afirmou que falta comprometimento dos governos diante da gravidade dos impactos ambientais. Já a cientista Samantha Burgess, do observatório Copernicus, comparou a atual onda de calor às de 2003 e 2022, que provocaram dezenas de milhares de mortes prematuras.

O incêndio em Lérida, na Catalunha, mobilizou mais de 500 bombeiros e causou uma coluna de fumaça que chegou a 14 mil metros de altura. Casas rurais foram destruídas e só a chegada de uma tempestade permitiu o controle do fogo. “Nem o dobro ou triplo do efetivo seria suficiente sem a chuva”, afirmou Salvador Illa, presidente regional da Catalunha.

A previsão é de que os próximos dias continuem quentes, com temperaturas se aproximando dos 39°C em várias regiões. Especialistas seguem monitorando os impactos da onda de calor, que já entra para a história como uma das mais severas registradas na Europa.

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