Milhares de palestinos invadiram na noite de quarta-feira (28) um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, em busca de comida. A agência da ONU informou nesta quinta-feira (29) que há suspeita de duas mortes e diversos feridos no tumulto.
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De acordo com o PMA, as pessoas, descritas como "hordas de famintos", saquearam todos os suprimentos que estavam pré-posicionados para distribuição. A agência reforçou o apelo por um "acesso humanitário seguro e sem obstáculos" à população palestina.
A crise humanitária em Gaza se agravou após 18 meses de guerra e cerca de 11 semanas de bloqueio total de ajuda internacional imposto por Israel, parcialmente suspenso na semana passada. Desde então, Israel permitiu a entrada de suprimentos de uma companhia americana sob sua tutela.
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O PMA tenta confirmar informações sobre as duas mortes e vários feridos ocorridos durante o tumulto. Testemunhas relataram que a multidão retirou tudo do armazém: sacos de comida, caixas de suprimentos, paletes de madeira e até outros objetos. Tiros também foram ouvidos no local, mas ainda não se sabe como as pessoas morreram ou se feriram.
A agência da ONU alertou que vem denunciando a deterioração da situação e os riscos decorrentes da limitação da ajuda humanitária a pessoas que já estão famintas e desesperadas por assistência.
Em meio à crescente pressão internacional sobre Israel, o embaixador da Palestina na ONU chorou nesta semana durante uma sessão do Conselho de Segurança, ao relatar o agravamento da crise.
Israel suspendeu parcialmente o bloqueio de Gaza, imposto desde 2 de março, sob a justificativa de forçar o Hamas a libertar os últimos reféns. Segundo o governo israelense, centenas de caminhões com suprimentos já foram autorizados a entrar.
Na terça-feira (27), 47 pessoas ficaram feridas durante uma distribuição caótica de ajuda em um centro da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), organização recém-criada com apoio de Israel e dos Estados Unidos, mas criticada pela ONU. Moradores relataram que as caixas de ajuda foram destruídas e que cada um pegou o que pôde.
A maioria dos feridos foi atingida por tiros disparados pelo Exército israelense, conforme informou o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados. O Exército confirmou que soldados deram "tiros de advertência para o alto", mas negou disparos contra pessoas.
O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, culpou o Hamas pelo caos, acusando o grupo de bloquear o acesso ao centro de distribuição com barricadas. Ele também acusou a ONU de se unir ao Hamas para tentar bloquear a ajuda, usando ameaças e intimidação contra ONGs que trabalham com a GHF.
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, reiterou a recusa em trabalhar com a GHF, afirmando que a fundação não respeita os princípios humanitários da ONU. Ele também denunciou as dificuldades impostas por Israel à coleta e distribuição de ajuda. Dos 800 caminhões aprovados por Israel, menos de 500 chegaram ao lado palestino e apenas 200 foram recebidos pela ONU e seus parceiros.
“Se passaram 600 dias e nada mudou. A morte continua e os bombardeios israelenses não cessam”, lamentou Bassam Dalul, morador de Gaza.
Na frente militar, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que o Exército matou Mohamed Sinwar, considerado o líder do Hamas em Gaza. Segundo a imprensa israelense, ele morreu em um ataque aéreo no dia 13 de maio, em Khan Yunis, no sul do território.
Desde meados de maio, Israel intensificou sua ofensiva militar com o objetivo declarado de eliminar o Hamas, resgatar reféns e conquistar o território. A estratégia preocupa as famílias dos sequestrados, que temem pela segurança dos entes queridos. Na noite de quarta-feira, milhares protestaram em Tel Aviv, exigindo um acordo de cessar-fogo que permita a libertação dos reféns.
O conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.218 pessoas e resultou no sequestro de 251. Destas, 57 ainda permanecem em Gaza, mas 34 foram declaradas mortas. A ofensiva israelense já matou mais de 54 mil palestinos — a maioria civis, mulheres e crianças — segundo o Ministério da Saúde do território, dados considerados confiáveis pela ONU.
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