O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra a China nesta sexta-feira (10), após o governo chinês anunciar novas restrições sobre a exportação de terras raras, elementos essenciais para a produção de tecnologias de ponta. Trump acusou Pequim de usar seu domínio sobre o setor para “congestionar os mercados globais”, ameaçou impor tarifas massivas sobre produtos chineses e afirmou não ver mais motivo para se reunir com o presidente Xi Jinping, encontro que estava previsto para o fim do mês durante a cúpula da APEC, na Coreia do Sul.
Em publicação na rede Truth Social, o republicano disse que os Estados Unidos avaliam “um aumento massivo nas tarifas de importação sobre produtos chineses” e estudam “outras medidas de retaliação”. Ele afirmou ainda que a China estaria enviando cartas a diversos países informando sobre novos controles de exportação, o que, segundo ele, poderia “tornar a vida difícil para praticamente todos os países do mundo — especialmente para a própria China”.
As declarações de Trump tiveram impacto imediato nos mercados internacionais. O índice S&P 500 caiu 2%, enquanto investidores migraram para títulos do Tesouro e ouro, considerados ativos de segurança. O dólar também se enfraqueceu frente a outras moedas.
O governo chinês, por sua vez, ampliou o controle sobre as exportações, incluindo cinco novos elementos na lista de restrições e impondo exigências mais rigorosas para o uso de materiais ligados à produção de semicondutores e tecnologias de defesa. A China é responsável por mais de 90% da produção global de terras raras, o que lhe confere posição estratégica no mercado mundial.
Analistas alertam que, caso as tarifas anunciadas por Trump se confirmem, o cenário pode reacender uma guerra comercial de grandes proporções entre Washington e Pequim, com reflexos diretos nas cadeias globais de tecnologia, energia e indústria.
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