Politica

Comissão da Câmara convoca ministro Camilo Santana sobre vagas de medicina para MST

Deputados questionam suposta destinação de 50 vagas em universidade federal ao grupo

Escrito por Meon

16 OUT 2025 - 20H00

Wilson Dias/Agência Brasil

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (16) a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar esclarecimentos sobre a criação de um curso de Medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru, que reservou 80 vagas exclusivamente para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e assentados da reforma agrária.

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O requerimento, apresentado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), classifica a medida como “discriminatória” e contrária aos princípios de isonomia e legalidade previstos na Constituição Federal. Segundo Nogueira, a decisão da universidade é “um absurdo total e ilegal”, pois o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) não está contemplado nas políticas de cotas vigentes.

O parlamentar argumentou que a medida fere o direito de outros estudantes que poderiam disputar as vagas em igualdade de condições e defendeu que o ministro seja ouvido “para impedir esse absurdo que a Universidade de Caruaru fez”.

Em contraposição, o deputado Bongás (PT-RS), aliado do governo, criticou a convocação e defendeu a autonomia universitária. Segundo ele, não há razão para chamar o ministro, já que as universidades têm direito de firmar convênios dentro de sua autonomia. Bongás destacou que a instituição firmou um acordo com o Incra e informou que apresentou recurso à Mesa Diretora da Câmara contra a convocação.

O caso gerou debate sobre a legalidade da reserva de vagas. O advogado Luís Augusto Durso, em entrevista ao programa Frente a Frente, avaliou que a decisão da universidade não tem amparo legal. “As instituições federais podem firmar parcerias, mas não podem criar cotas para determinados grupos sem previsão em lei. Isso fere o princípio da igualdade de acesso”, explicou.

A audiência com o ministro Camilo Santana deverá ocorrer nos próximos dias. Até o momento, o Ministério da Educação não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

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