O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no Tribunal Superior Eleitoral. Ele é acusado de violar sigilo funcional, coagir durante o curso de processo, obstruir investigação relacionada a organização criminosa e promover a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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Segundo a PGR, entre maio e agosto de 2024, Tagliaferro teria vazado à imprensa diálogos mantidos com servidores do STF e do TSE, com o objetivo de desacreditar as instituições eleitorais e minar investigações em andamento. A acusação sustenta que essas ações foram alinhadas aos interesses de uma organização criminosa que disseminava notícias falsas contra o sistema eletrônico de votação.
A denúncia também aponta que, após deixar o país, o ex-assessor ameaçou divulgar novas informações sigilosas, em uma conduta que configura coação no curso do processo. Para o Ministério Público, essas atitudes contribuíram para a disseminação de dados sensíveis e para a tentativa de desestabilização das instituições republicanas.
O caso avança quatro meses depois de Tagliaferro ter sido indiciado pela Polícia Federal, que concluiu que o vazamento foi consciente e proposital, com a intenção de atingir a imagem do ministro Alexandre de Moraes. A defesa do ex-assessor, no entanto, nega a autoria dos vazamentos e afirma que os indícios apresentados são frágeis.
Agora, caberá ao Supremo decidir se recebe ou rejeita a denúncia, definindo os próximos passos do processo em meio a um cenário de tensão envolvendo imunidade funcional, liberdade de imprensa e a preservação da democracia.
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