Por Rodrigo Machado e Laryssa Prado Em Noticias

Prefeito eleito de Jacareí quer integração das cidades do Vale

'Precisamos entregar em 2.020 uma cidade onde as pessoas tenham mais recursos', diz Izaias Santana

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Izaias Santana comemora a vitória nas urnas ao lado do vice Edgar Sasaki 

Ícaro Leal

Entregar para a população em 2.020 uma cidade mais preparada e integrada com a Região Metropolitana do Vale do Paraíba. Essa é a meta do prefeito eleito em Jacareí com 47.286 votos, Izaias Santana (PSDB).

Em entrevista exclusiva ao Meon, Izaias falou sobre as prioridades da sua futura gestão, as mudanças na área da saúde e os planos para melhorar a educação no município. Hoje, são 228.214 moradores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Outra meta do futuro ‘chefe’ da cidade é atrair mais empresas ao complexo industrial e tornar Jacareí também protagonista ao lado de São José e Taubaté. Abaixo a entrevista na íntegra.

Meon: Você foi eleito com 42,56% dos votos válidos. Esperava esse resultado?
Izaias: Esperávamos porque a campanha política foi diferente. Em 2012 tivemos quase o mesmo percentual, 43% dos votos válidos e a partir daí nos fortalecemos. Era esperada a repercussão de desempenho nas urnas. Tivemos alguns detalhes, oito candidatos, sendo cinco deles competitivos, além do desgaste da atual administração.

Meon: Afinal, foram 16 anos de administração do PT em Jacareí.
Izaias: Tivemos dois fatores. Primeiro o local. O PT estava acostumado a economizar nos dois primeiros anos de governo e fazendo grandes gastos de serviços e obras nos dois últimos anos de governo, sempre se preparando para a sucessão municipal. Eles foram surpreendidos por uma grave crise econômica da passagem do segundo para o terceiro ano. O segundo fator é o nacional. Com as acusações e o afastamento da presidente Dilma Rousseff, acabou toda a capacidade que o PT tinha de vender esperança e seduzir o eleitor.

Meon: De imediato quais serão as suas prioridades?
Izaias: Existem algumas áreas que são grandes preocupações. Temos cinco problemas que serão objetos de um aprofundamento e acompanhamento. Primeiro a saúde. Temos sérios problemas no atendimento de urgência. Outra questão é a segurança.  É um problema local, mas também regional. Jacareí tem bastante áreas irregulares, vamos apresentar propostas. E o quarto problema que é a miséria, aliada à crise econômica, você tem um grupo de 8.000 famílias excluídas. E o último e não muito grave, mas importante: a educação. A escola tem que avançar no ensino infantil, creches devem receber crianças com idade mínima de três anos e um trabalho grande ao ensino infantil e fundamental.

Meon: Qual é a sua relação com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)?
Izaias: O governador tem a mesma relação institucional com todos os prefeitos. Entrei na política em 1.986, então tive o privilégio de acompanhar toda a trajetória política de Alckmin, mas o mais importante é saber que ponto que Jacareí pode ser considerada dentro dessa estrutura regional quando você tem cidades maiores e mais estruturadas como São José dos Campos e Taubaté. O papel do prefeito de Jacareí é exercer um protagonismo político regional para que essas duas cidades não se apropriem de tudo aquilo que são recursos estaduais. Se há serviços públicos do Estado em São José ou Taubaté, não é municipal, é regional. O trabalho será de exercer mais o protagonismo do município para que ele não fique excluído dessas estruturas de serviços e recursos na região.

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Meon: Quais as primeiras ações para melhorar a situação da saúde no município?
Izaias: Nós vamos fazer uma atuação forte na esfera estadual para que Jacareí não seja excluída em nenhuma ação que o Estado tem responsabilidade e aí entra o protagonismo mesmo da cidade e com articulação política junto aos deputados e o secretário. A segunda linha será tudo que for ação e serviços que o Estado ou a União planejam e que tem interferência direta no município, nós seremos o primeiro a apresentar o projeto e ir atrás. Mas o principal será fazer a lição de casa, melhorar o atendimento de urgência e emergência. Para isso vamos estruturar uma rede de cinco UPAs 24 horas. Hoje são duas na cidade, uma no Parque Meia Lua e a UPA infantil no centro. De imediato vamos implantar na região do Santa Cruz dos Lázaros, Jardim das Indústrias e Parque Santo Antônio. Vamos fazer as alterações físicas nessas três UBS’s.

Meon: Como atrair mais empresas e investimentos para a cidade?
Izaias: Tem uma situação consolidada, mas vai exigir mais apoio da prefeitura para a implantação, que é o polo de 10 novas empresas no complexo da Chery. Será, sem dúvida alguma, o grande acontecimento na área econômica. A curto prazo não há necessidade de ser mais agressivo, mas é preciso corrigir. Jacareí não pode ter uma política industrial desassociada da política industrial de São José e Taubaté. Temos que ter uma política regional. São José emprega pessoas de Jacareí e Jacareí emprega profissionais de São José. É preciso uma política regional.

Meon: Como pretende melhorar a educação e ampliar a oferta de vagas?
Izaias: Educação a gente tem demandas que precisam ser resolvidas, principalmente no ensino infantil e creche. Faremos um esforço para chegar próximos de cumprir as metas para aumentar a oferta de creches e a qualidade de ensino. Vamos melhorar as estruturas e a remuneração dos professores. Quero padronizar qualidade.

Meon: E a segurança pública? Como tirar o título de uma das cidades mais violentas do Vale do Paraíba?
Izaias: O grande desafio é uma articulação política envolvendo os prefeitos das cidades do eixo da via Dutra, as polícias e a Polícia Rodoviária Federal. A gente tem que partir para elaborar um plano metropolitano, deixando os papéis definidos. Eu acho, historicamente, que os políticos sempre se afastaram desse problema entregando a responsabilidade às polícias e ao Ministério Público. Está na hora de inverter isso. Da parte da prefeitura, a gente pode ajudar muito na segurança pública por meio de serviços de iluminação pública, mato alto, ações e serviços irregulares que são meios de se esconder práticas criminosas. O grande desafio é fazer com que essas iniciativas tenham um plano metropolitano. São José é exemplo. Tem policiamento ostensivo, monitoramento por meio de câmeras e controle de quem entra e sai da cidade.

Meon: Considerando a nova configuração da Câmara, qual a expectativa de apoio dos vereadores ao Executivo?
Izaias: Não gosto da ideia de que para o poder legislativo para ser independente precisa ser opositor do Executivo. Eu acho que o modelo deve ser de participação e cooperação. Não acho que o vereador para cumprir o seu papel de fiscalizador precisa ser oposição. Pelo contrário, queremos que os nossos vereadores da base se alinhem e fiscalizem, porque é impossível governar sozinho, por isso é preciso fiscalização para a satisfação da população.

Eu procurarei governar com os 13 vereadores, chamando-os para reuniões e discutindo projetos. Não acho que a oposição eleitoral é ser oposição de governo, conheço os dois vereadores do PT e os dois vereadores do PSD. Eles não foram eleitos para serem oposições, e sim para melhorar a vida na cidade. Vamos respeitar as ideias e tentar o diálogo com todos. A nova política e os novos tempos exigem essa postura de quem foi eleito. O único partido é Jacareí.

Meon: Qual é a marca que você quer deixar para a cidade?
Izaias:
Isso vai ter que ser descoberto a partir do momento que você sabe o que pode ser feito. Vou governar para a população. Nós precisamos entregar em 2.020 uma cidade onde as pessoas tenham mais recursos na saúde, educação e economia, além de despertar a vontade nas pessoas de permanecer na cidade.

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