Com olhares atentos às desigualdades sociais e à justiça climática, adolescentes que cumprem medida socioeducativa em centros da Fundação CASA no Vale do Paraíba e Alto Tietê agora têm suas vozes ecoadas por meio da arte. Obras produzidas por eles estão em exposição na mostra “A Arte do Povo da Rua”, promovida pela Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (EDEPE), na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em plena Avenida Paulista.
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Com curadoria de Laura Giordano e Sofia Agnelli Sabin Casal, a mostra reúne produções de jovens dos centros CASA Guarulhos, Taubaté, São José dos Campos e Lorena. Entre os destaques, estão pinturas em tela, esculturas com cabaças e biscuit, colagens, telhas decoradas, bonecas de papel, criadas em oficinas pedagógicas e artísticas. A visitação é gratuita e acontece nos dias 28, 29 e 30 de abril, das 12h às 18h, na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), na Avenida Paulista, nº 1.842.
Confira os detalhes por unidade:
Taubaté
2 telhas de barro pintadas com símbolos da cultura africana (projeto da Semana da Consciência Negra);
4 esculturas de bonecas feitas com papel e materiais diversos (projeto de cultura africana);
6 quadros do projeto “Poesia Pintada”, que une versos escritos por adolescentes com imagens autorais sobre a vivência de pessoas em situação de rua.
São José dos Campos
3 galinhas esculpidas com cabaças, pintadas com tinta guache e decoradas com biscuit, produzidas na “Oficina de Arte”.
Guarulhos
1 tela com pintura autoral, que inclui representação de paisagem.
Lorena
4 telas pintadas livremente por adolescentes, com temas variados como imagens de raposas, carros e uma releitura de girassóis inspirada na obra de Van Gogh.
A participação da Fundação CASA na exposição é fruto de articulação com o defensor público Fabrício Pereira Quintanilha da Silva (Taubaté e Lorena) e com a defensora Katia Cilene Oliveira Giraldi, da Infância Cível do Foro Central da Capital e membro do Comitê PopRuaJud do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A proposta surgiu após visita técnica ao CASA Taubaté, onde os representantes puderam conhecer os projetos artísticos desenvolvidos com os adolescentes. A exposição deverá circular por outras regiões do Estado.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, participou da mesa de abertura do evento que inaugurou a exposição nesta quinta-feira (25). Para ela, a mostra representa mais do que a exibição de obras: “Essas criações revelam sonhos, memórias, dores e esperanças. São expressões potentes de jovens que, mesmo em privação de liberdade, encontram na arte um caminho de reconstrução e de fala. Essa exposição é também um convite à escuta e ao reconhecimento da dignidade de cada um deles.”
O diretor regional adjunto da Divisão Regional do Vale do Paraíba (DRVP) da Fundação CASA, Fábio Castro, destaca o protagonismo dos jovens no processo criativo: “Cada peça carrega um sentido, um processo de reflexão e de expressão singular. A arte é uma linguagem potente que mobiliza os adolescentes e os conecta com o mundo. Essa oportunidade amplia os horizontes e fortalece os vínculos com a sociedade.”
As demais obras expostas são de autoria de pessoas em situação de rua atendidas pela DPE/SP, por instituições parceiras, pela rede socioassistencial e de saúde do município, além de artistas da comunidade LGBTQIAPN+ com vivência de rua. A exposição faz parte da programação do “Segundo Encontro PopRuaJud”, promovido pelo CNJ, e está alinhada à campanha nacional de 2025 da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), que abordará o tema das pessoas em situação de rua.
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A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
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