Piscinas e toboágua interditados no Clube de Campo Luso Brasileiro
Flávio Pereira/Meon
Já foram disputados pontos de encontro da sociedade joseense. Atualmente, a maioria dos clubes de São José dos Campos encara uma realidade de perda de associados, diminuição de suas atividades e até o abandono do patrimônio.
Após encarar um período de dívidas e presenciar a debandada de associados, a diretoria do Tênis Clube, um dos mais tradicionais da cidade, viu-se obrigada a tomar medidas drásticas para evitar que o clube entrasse em situação ainda pior.
Há cerca de quatro anos, instaurou-se uma política de austeridade. O corte de gastos fez com que, desde então, o clube reduzisse seu quadro de funcionários e algumas das atividades realizadas para diminuir os custos.
"O clube já teve 5 mil associados e, atualmente, são apenas mil. Esse número continua estável desde que instauramos esse regime mais rígido com as contas. A administração precisa se desdobrar para continuar oferecendo bons serviços aos sócios", explica o gerente administrativo Agostinho Silva.
Inaugurado em 1948, o clube sexagenário enfrenta problemas estruturais que impedem seu crescimento. Instalado na avenida 9 de Julho, o Tênis Clube praticamente não tem estacionamento e, por estar no centro da cidade, em área residencial, também tem dificuldades de sediar eventos noturnos.
"Antes de 2009, alugávamos a quadra para shows musicais, o que entrava na receita do clube. Atualmente, não podemos mais fazer isso por causa da atual lei do silêncio. Foi mais uma dificuldade que tivemos para enfrentar", afirma.
Embora conte com a situação rigorosamente inversa -afastado do centro, com vagas de sobra para estacionamento e agenda de eventos lotada até dezembro- o Clube de Campo Luso Brasileiro também convive com os problemas.
A secretaria não fala sobre a representatividade da queda no número de associados, mas a diretoria do clube reconhece o esvaziamento e as dificuldades em manter as atividades sociais do Luso. Neste ano, os tradicionais bailes de Carnaval, por exemplo, foram suspensos.
Em visita às dependências do clube, a reportagem do Meon constatou que, apesar da maioria dos ambientes contar com boas condições de conservação e paisagismo, há problemas de manutenção. No parque aquático, por exemplo, duas das seis piscinas estão interditadas. Sem uso, o toboágua apresenta ferrugem em toda a estrutura.
Locais como a quadra de minigolfe e o campo de futebol de areia também contam com claros sinais de abandono. O presidente Donizette de Vilhena Santoro não foi localizado até o fechamento da reportagem para comentar a condição de estrutura do clube.
Centenário
Com mais de 100 anos de história, a Associação Esportiva é o único clube da cidade a manter todos os seus eventos sociais. Neste ano, o Santa Rita -clube de campo da Associação Esportiva- foi inclusive a única opção de Carnaval de clube em São José.
Hoje há cerca de 2.500 associados nas duas sedes do clube: a de campo e a do centro. Escolinhas de esporte, quadras de tênis e parque aquático são os principais atrativos.
O campo de golfe é outro atrativo que ainda garante recursos adicionais para o clube. Além de trazer jogadores de São José e outras cidades do Estado, quem frequenta o campo paga uma taxa correspondente a R$ 250 por mês.
A tradição de escolinhas esportivas e o clube de campo próximo ao centro contribuem para que a Associação Esportiva passe incólume pela crise do setor.
Diversão
Já no Clube de Campo Thermas do Vale a estratégia é investir em atrações de diversão para manter os associados. Ao todo são 8 mil sócios. A principal atração é o parque aquático, que conta com piscinas de ondas e toboáguas.
No clube, o principal problema é enfrentar a oscilação nos meses mais frios. Embora ainda não haja uma debandada de associados, é nesse período que a inadimplência e o abandono são maiores.
"E não é esse o único problema. Muitos associados relatam que deixam o clube porque os filhos preferem ir ao shopping ou ficar em casa no computador ou no video-game", afirma João Felipe Saraiva, diretor do Thermas do Vale.
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