Sindicato dos Metalúrgicos e Ministério Público do Trabalho são os organizadores
Divulgação PMSJC
Está agendada para às 18h desta segunda-feira (20) uma Audiência Pública na Câmara Municipal de São José dos Campos para discutir os efeitos da venda da Embraer para a Boeing. A audiência tem como tema “Riscos e futuro para o Brasil” e é organizado pelo SindMetal SJC (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos) e pelo Ministério Público do Trabalho.
Segundo Herbert Claros, diretor do SindMetal, a intenção é discutir os impactos da possível transação. “Fizemos diversos convites para a audiência. O principal intuito é levar a discussão para a sociedade”, afirma Herbert. O debate abordará os impactos na economia, cadeia produtiva, tecnológica e nos empregos.
No encontro estarão presentes Marcos Barbieri, economista da Unicamp (Universidade de Campinas), Roberto Bernardes, doutor em sociologia e inovação da USP (Universidade de São Paulo) e representantes do sindicato. Também foram convidados o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, representantes da Boeing, do Ministério da Aeronáutica e da prefeitura de São José.
Contra a venda
O sindicato permanece firme na posição contra a venda da empresa aeronáutica brasileira. O Ministério Público do Trabalho propôs a Justiça do Trabalho uma ação para que o governo federal garanta os empregos e produção dos aviões no Brasil como condição da venda. Mesmo com essa ação o sindicato permanece contra. “A venda é ariscada para o futuro da empresa brasileira. Pelo histórico da Boeing, corremos um grande risco de fabricar somente peças em alguns anos”, comenta Herbert.
Membros do sindicato defendem que a melhor saída seria a reestatização da Embraer. Segundo SindMetal, esta opção traria de volta para o Brasil grande parte da receita gerada pela empresa. Segundo o diretor do sindicato, “Boa parte do lucro da Embraer vai pra fora do brasil, nós queremos mudar isso. Hoje cerca de 70% dos investidores da Embraer são de fora do país”.
O presidente do SindMetal, Weller Gonçalves, comenta que as intenções da venda da empresa são duvidosas, pois a Embraer não passa por um período ruim nos negócios."Recentemente foi anunciado a venda de 300 aviões e mesmo depois da privatização a Embraer continuou recebendo apoio e investimentos do governo. A empresa não tem o tamanho de outras gigantes como a Boeing, mas tem seu lugar no mercado", relata Weller. Para os defensores da causa, a empresa tem claras condições de continuar as atividades e crescer de maneira independente nos próximos anos.
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