Moradores de Potim acompanham o corpo de Thomaz em cortejo fúnebre
Carlos Pimentel/Jornal Atos
Luiz Antônio Gonçalves da Silva, advogado de Benito Thomaz, afirmou que o prefeito afastado de Potim retornaria ao cargo até quinta-feira (21). A revelação foi feita na terça-feira (19) durante o enterro de Thomaz, executado a tiros na manhã de segunda-feira (18) na praça principal da cidade.
“A audácia como ocorreu o crime chocou todo o mundo. Benito voltaria até quinta-feira para a prefeitura, os trâmites do processo estavam adiantados. O Beni sofreu uma grande injustiça, de diversos os lados”, afirmou o advogado.
O irmão do prefeito, Carlos Thomaz, afirmou que ainda tenta entender o que motivou o crime e teme pelo futuro da cidade. “A gente está perplexo, nervoso, abalado com a situação. Sabíamos dessa briga política que existe na cidade, mas nunca imaginaríamos que chegariam a esse ponto. Estou triste e abismado, e tenho receio sobre o futuro de Potim a partir de agora”.
Após o assassinato, a cidade entrou em luto. No centro, panos pretos em algumas janelas representavam o sentimento dos moradores em relação ao assassinato.
O corpo do prefeito afastado começou a ser velado ainda na noite de segunda na Igreja Matriz. Na terça-feira (19), às 15h, foi rezada uma missa de corpo-presente. O público lotou a igreja e depois acompanhou o corpo, que seguiu em carreata até o cemitério municipal Santíssimo Redentor, inaugurado ano passado por Thomaz. Participaram do cortejo fúnebre familiares, amigos, autoridades e moradores da cidade.
O sepultamento aconteceu por volta das 17h e foi marcado por muita comoção. Os presentes se despediram com músicas, aplausos e entoaram o nome do político. Diversas coroas de flores foram espalhadas pelo chão do cemitério.
Atentado
Afastado do cargo em julho, Thomaz foi morto em uma emboscada na praça Miguel Corrêa dos Ouros. O prefeito chegou a ser levado para a Santa Casa de Aparecida, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada às 10h55.
Thomaz foi atingido por vários tiros -nas costas e nuca- disparados por uma dupla que passou de moto em frente à loja que pertence à filha de Benito. O político estava acompanhado de um assessor, que contou que chegou a entrar em luta corporal com um dos autores dos disparos.
Dois homens foram presos pela Polícia Militar, suspeitos pelos disparos. Willian Leite, 29 anos, e Willian Lopes, 26 anos, irão responder por homicídio e tentativa de homicídio, já que na fuga houve troca de tiros com policiais. Ambos estão presos na cadeia de Lorena.
De acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Francisco Sannini, o crime foi motivado por vingança. Um dos suspeitos chegou a trabalhar com a vítima na prefeitura, porém não informou o que motivou a vingança para não atrapalhar as investigações.
“Segundo um dos investigados, as circunstâncias envolveriam vingança por uma desavença ocorrida entre a vítima e um dos indiciados, e o fato se deve a algum fator envolvendo a relação entre eles, mas preferimos neste momento não divulgar, pois os fatos serão apurados pelo inquérito policial”, comentou.
Afastamento
Com o intuito de facilitar as investigações do inquérito civil público aberto contra Thomaz por suspeita de facilitar licitação, Benito foi afastado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo em 18 de julho. A suspeita é que um sobrinho do prefeito teria sido favorecido em uma licitação para o fornecimento de água para as repartições municipais.
Desde o afastamento, a cidade é governada pelo vice-prefeito Edno Felix, o Nenê (PT do B), que abriu guerra política com Thomaz devido às dívidas que chegam a R$ 13 milhões encontradas na prefeitura. O prefeito afastado ainda era foco de investigação no desaparecimento de verbas da Educação, acusação feita pela Procuradoria-geral de Potim.
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