Os moradores de Maresias estão intrigados com uma espuma branca que apareceu sobre um rio que corta o bairro de Maresias, uma das praias mais badalados da Costa Sul de São Sebastião e do Litoral Norte.
Veja vídeo abaixo.
O Rio Ipiranga fica na Rua Silvina Alta Salles, sertão do bairro, atrás de uma das casas noturnas mais procuradas da região, de hotéis e outros estabelecimentos comerciais.
Um morador que pediu para não ser identificado, temendo represália, conta que não é a primeira vez que vê essa ocorrência no rio. “Essa situação vem há muito tempo e ninguém faz nada. Alguém está jogando pela tubulação que cai no rio. Se for, isso é inadmissível. Mesmo se for detergente, é poluente e vai parar na praia”, alerta.
O presidente da Associação de Amigos do Bairro de Maresias (Somar), Eliseu Pires Arantes, confirmou que o problema é antigo e disse que está mais visível porque a Prefeitura de São Sebastião inicial o desassoreamento do leito do Ipiranga que recebe água do rio Água Branca. “Como existe um desnível de quase um metro de altura entre eles e a fluidez da água, quando recebe produtos como detergentes que formam essa espuma”.
Segundo ele, há anos são enviados ofícios para prefeitura no sentido de fiscalizar na região para saber de onde é feito o despejo irregular. “É detergente misturado com esgoto, resta saber que não tem a forma correta de coletar produto”, adverte.
O Meon entrou em contato com a Prefeitura de São Sebastião após saber que a comunidade havia alertado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O secretário da pasta, Auracy Mansano informou que uma equipe de fiscais foi até o local, mas ao chegar lá, a espuma já havia se dissipado.
“De qualquer foram, estamos em alerta para, na eventualidade de uma nova ocorrência, já ir direto ao rio e saber de onde vem o despejo”.
Há anos a comunidade de Maresias briga pelo saneamento básico no bairro, mas até o momento não há muita expectativa. O presidente da Somar conta que a assinatura do convênio da Sabesp, concessionária responsável pelo tratamento de água e esgoto no Litoral Norte e o município está previsto para janeiro de 2019. “Pode-se esperar mais quatro anos para resolver o problema de saneamento e não sei se Maresias aguenta tudo isso”.
Atualmente Maresias conta com uma população de cerca de 10 mil pessoas, sendo que a maior parte reside em área irregular onde não há fossa. “Ainda assim, muito esgoto é ligado direto nas águas pluviais (chuvas) que carrega para o rio e, consequentemente, para o mar”, observa Eliseu Arantes.
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