Por Meon Em RMVale

Correios da região aderem à greve nacional e suspendem serviços por tempo indeterminado

Na região, cerca de 80% dos trabalhadores estão de braços cruzados segundo sindicato

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Funcionários são contra a privatização e redução de salários e benefícios

Reprodução/Redes Sociais/Sintect-Vale

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os trabalhadores dos Correios da RMVale aderiram à greve nacional e suspenderam os serviços por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (11). Na região, a paralisação atinge todas as agências e a tendência é que as unidades interrompam totalmente o atendimento no decorrer do dia, segundo informou o sindicato que defende a categoria.

A decisão de greve foi tomada na noite desta terça-feira (10) após assembleias serem realizadas em diferentes estados do país, entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão.

Os trabalhadores querem impedir a redução de salários e benefícios, além de ser contra a privatização da estatal, anunciada pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no mês passado.

De acordo com o Sintect-Vale (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Vale do Paraíba e região), ainda não há um balanço de quantos trabalhadores estão de braços cruzados e agências que estão fechas, mas a paralisação atinge, principalmente, o setor de distribuição. Na região, os Correios emprega cerca de 1.300 funcionários.

“O que temos de contato até o momento é que a paralisação atinge de 80% a 90% do total de trabalhadores que temos em toda a região. Algumas agências nem abriram as postas nesta manhã e a tendência é que a adesão aumente no decorrer do dia”, disse o diretor do sindicato, Marcelo Schimidt.

A categoria pretende realizar um ato a partir das 10h em agências da região. Em Taubaté, na unidade central, os trabalhadores vão distribuir panfletos informativos sobre a greve. Já em São José, os funcionários devem abordar os moradores que passarem pela agência do centro e pedir assinaturas para um abaixo-assinado contra a privatização da estatal, que depois será enviado para Brasília.

O diretor do sindicato na RMVale explica que se a empresa for privatiza a população será completamente afetada. "Em algumas cidades da região, por exemplo, agências dos Correios funcionam como bancos, como pontos de distribuição de vacinas e livros didáticos. Todos mundo será afetado", disse.  "Vivemos um momento de instabilidade e um ataque como este, de redução de salários e benefícios deixa todo trabalhador apreensivo. Hoje o salário médio de um carteiro é de R$ 1.200, que já é pouco pelo trabalho que é feito, e até aonde vamos chegar?", questionou Marcelo Schimidt

Outro lado

Os Correios admite que acumula dívida na ordem de R$ 3 bilhões e que tentou negociação com a categoria, mas as reivindicações feitas são insustentáveis.

“Esclarecemos que Correios participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso na empresa. No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.”

  

Às 15h50 os Correios enviaram uma nova nota informando que a paralisação da categoria é parcial e que 63% dos trabalhadores da RMVale estão trabalhando (veja abaixo a nota na íntegra).

      

“A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal.

A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira (11) mostra que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. No interior de São Paulo, 81% dos empregados estão trabalhando normalmente. Nas cidades que compõem a base sindical do Vale do Paraíba, 64% do efetivo está trabalhando.”

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