Após ser eleito deputado federal com mais de 185 mil votos, o ex-prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), assume seu primeiro cargo no Legislativo com a certeza de que vai encontrar um cenário político complicado em 2015.
De acordo com o tucano, seja qual for o candidato vencedor no segundo turno das eleições presidenciais, Aécio Neves (PSDB) ou Dilma Rousseff (PT), a situação de estagnação econômica prevista por especialistas deve dificultar o trabalho na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Mesmo assim, em entrevista ao Meon, o parlamentar eleito se comprometeu em defender interesses da RMVale, entre eles, trazer novos cursos e universidades federais. Cury ainda afirmou que vai dar atenção especial à escalada de violência na região, que há mais de um ano ocupa o posto de mais violenta do interior do Estado de São Paulo.
Qual cenário o senhor espera para o seu primeiro mandato como deputado federal?
Estou prevendo um 2015 muito difícil para a política nacional. Não vamos ter dinheiro para as obras que o Brasil precisa porque a economia está quebrada. A farra que o atual governo promoveu com a verba pública nos colocou em uma situação de estagnação. Mesmo assim vou trabalhar para representar da melhor forma possível a população da RMVale que me elegeu.
Na sua opinião, quais são os principais problemas da RMVale e como pretende contribuir para resolvê-los?
Os problemas da região são reflexos dos problemas do país como um todo. Acho que é importante desmascarar a mentira de que problemas como a violência é culpa do governo estadual. Isso é problema da União sim. É preciso mais verba para a polícia, mudar a legislação que privilegia bandidos, oferecer melhorias na urbanização e investir em educação. Inclusive, uma das minhas bandeiras é a ampliação das universidades federais na região. Trouxe e Unifesp quando fui prefeito e quero aumentar o número de campi na RMVale.
Quanto o resultado do segundo turno vai influenciar no seu trabalho na Câmara dos Deputados?
Evidentemente que tendo um político que defende as mesmas ideias que as minhas o trabalho fica mais fácil. Caso o PT continue no poder, aí vai ser uma guerra. Mas vindo quem vier, o importante é que, como deputado, não estou disposto a ceder nas minhas convicções. Não vou hesitar em contrariar uma proposta, mesmo que vinda do meu partido, que seja contrária aos valores que assumi na campanha.
Quanto do seu trabalho na Câmara será continuidade do mandato do deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB) e quanto podemos creditar a um 'jeito Cury ' de trabalhar?
Estou assumindo em um momento muito diferente do meu sucessor, Emanuel Fernandes. É um momento de mais restrições e, inclusive, mais perigoso para a democracia por conta do governo federal que temos atualmente. Por isso, não tenho como comparar os mandatos já que teremos agendas diferentes.
Com sua expressiva votação principalmente em São José dos Campos, o senhor já aceitaria se candidatar novamente à prefeitura em 2016?
De forma alguma. Vou cumprir meu mandato até o final e sou contrário a deixar um trabalho pela metade para concorrer a outro cargo. Tenho certeza que o PSDB vai ter candidatos com competência e experiência para vencer as eleições. Certamente vão contar com meu apoio.
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