Por Meon Em RMVale

Embraer e Boeing estudam modelos de cooperação estratégica, não venda

Meon analisa cenário da indústria de aviação e da parceria em discussão

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Embraer e Boeing discutem acordo de cooperação estratégica

Pedro Ivo Prates/Meon

A Embraer e a Boeing estão discutindo acordos de cooperação estratégica e não uma eventual venda da empresa brasileira para a norte-americana. A indústria de aviação no Brasil, que envolve a Embraer, tem possibilidades de expansão comercial em outros segmentos da aviação, com aeronaves de grande porte e desenvolvimento de "aviões do futuro". Neste sentido, a negociação preliminar entre as organizações visam a união de forças para atuar em conjunto, utilizando as potencialidades de cada uma, e não a venda da empresa brasileira. 

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Na última quinta-feira (21), após uma reportagem do Wall Street Journal revelar que a Boeing negociava a compra da Embraer, as duas empresas revelaram que estão em tratativas para uma “potencial combinação” dos seus negócios, mas não revelaram detalhes das negociações. 

A notícia afetou fortemente o mercado. Na Bolsa brasileira, ao longo do dia, as ações da Embraer subiram quase 40%, fechando com alta de 22,5%. De acordo com nossa reportagem, a história de venda da Embraer é algo que não está dentro dentro desta negociação inicial. Foi o termo aquisição, usado pelo jornal americano, que teria levado a este tipo de especulação.

Neste momento não é possível descartar nenhuma alternativa de negociação, inclusive a compra da Embraer”

Shailon Ian Engenheiro

Para o especialista Shailon Ian, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e presidente da consultoria Vinci Aeronáutica, "neste momento não é possível descartar nenhuma alternativa de negociação, inclusive a compra da Embraer pela Boeing".

Modelos

As conversas sobre eventuais acordos entre as duas empresas já vinham acontecendo há bastante tempo, mas ganharam corpo em outubro, após união da europeia Airbus e da canadense Bombardier para produção de jatos comerciais. O acordo afetou diretamente a Embraer e a Boeing.

Ao analisar o mercado geopolítico da aviação, percebe-se, ainda, que há três blocos que disputam o mercado aeroespacial: a China; a Airbus, consórcio europeu que ganhou força se associando à Bombardier; e a Boeing, que com a Embraer ou sem a Embraer deseja entrar no mercado de aviação regional para enfrentar sua principal concorrente [Airbus].

Segundo apuração da reportagem do Meon, ainda não há um modelo traçado de como será a cooperação entre as empresas. O que se analisa, até o momento, é a possibilidade da Embraer usar seu conhecimento profissional e técnico para expandir sua atuação. Porém, para este crescimento, seria preciso uma parceria, justamente o que pode ocorrer com a Boing, que atua em um setor do mercado, com aviões de grande porte, área em que a Embraer ainda não se encontra.

A análise do setor geopolítico da aviação, com a formação dos blocos citados acima, faz com que a empresa brasileira busque se manter forte no mercado e encontre um parceiro para que, juntos, possam expandir e criar novas frente de trabalho. Um desses exemplos, é o uso da engenharia da Embraer para criação de novas gerações de aviões da Boeing, que tem modelos projetados entre as décadas de 1960 e 1980.

A criação de aeronaves autônomas e que faça viagens curtas e de decolagem vertical é outro segmento que a Embraer já sinalizou ter interesse, em uma parceria com a Uber. Porém, pelo alto custo do investimento, este tipo de modelo poderia ser fortalecido com a parceria com a Boeing.

Porém, até o momento, segundo apuração do Meon, tudo ainda é especulação. "Pode ocorrer desde uma parceria nos moldes do realizado pela Airbus e Bombardier, até uma joint venture para o desenvolvimento de novas aeronaves, utilização de supply chain e outras”, disse o especialista em Shailon Ian.

A Embraer ter um parceiro forte quando seu principal concorrente, a Bombardier, conseguiu a cooperação da Airbus, e ainda a ameaça chinesa de crescimento no setor, é fundamental para a manutenção da empresa.  

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