Pesquisas apontam que as sequelas da Covid-19 podem surgir até seis meses depois da infecção em adultos. Esses dados são do periódico médico Jama Network, que mostra que 30% das pessoas infectadas pelo Coronavírus, podem apresentar algum tipo de sequela.
Os sintomas persistentes mais comuns diagnosticados na pesquisa foram fadiga, perda do olfato ou paladar e névoa cerebral, além de perda da qualidade de vida e impactos negativos nas atividades diárias depois da doença.
A proprietária de um salão de beleza, Juliana da Silva Melo, de 37 anos, moradora de São José dos Campos, foi uma das vítimas das sequelas da Covid-19. A empresária contraiu a doença no dia 18 de janeiro deste ano e apresentou no início sintomas leves como, dor no corpo, indisposição, cansaço excessivo, perda de olfato e paladar. Ela não ficou internada, mas chegou a ir ao hospital porque estava com fortes dores no peito.
“Após o período de isolamento que fiz por uns 20 dias meu paladar e olfato oscilavam, mas não voltavam por completo”, contou a cabelereira.
No dia 6 de fevereiro, 20 dias depois de contrair o coronavírus, Juliana acordou com o rosto paralisado. A paralisia de Bell que atingiu o lado direito do rosto dela, foi possivelmente uma sequela da baixa imunidade da Covid-19.
Juliana já está há mais de um mês fazendo fisioterapia, acupuntura e terapia para tratamento da paralisia. “Sem a fisioterapia e a terapia eu não teria estrutura emocional e física pra combater a doença.”, contou.
A cabelereira já sentiu melhora depois do início do tratamento com a fisioterapia e conta que a paralisia já diminuiu significativamente no lado direito do seu rosto. Mas, suas expressões faciais ainda não voltaram 100% e ela segue com os tratamentos.
No entanto, os abalos psicológicos e emocionais causados pelas sequelas da Covid-19 deixaram Juliana angustiada. “Mesmo sendo uma doença curável ela mexe com o emocional e tira suas esperanças.”, explicou.
O apoio da família e dos amigos, junto com oração e tratamento, foi essencial para ajudar na recuperação da empresária, e a motivaram a ter esperança que dias melhores iriam vir, e que ela venceria a doença e suas sequelas.
Por fim, Juliana deixa um recado de superação por ter vencido a Covid-19: “Sigo com altos e baixos. Mas sempre recomeço e penso que não podemos desistir, a vida é a maior das dádivas.”, concluiu.
A fisioterapeuta do Hospital da Santa Casa de São José, Bárbara Alcântara, de 34 anos, explica que a fisioterapia tem um papel importante na reabilitação da pessoa diagnosticada com Covid. “Atua desde o período de internação e segue após a alta hospitalar, no ambulatório. A reabilitação envolve restaurar a funcionalidade e minimizar os efeitos causados pelo tempo da hospitalização. As pessoas que não precisam de internação hospitalar buscam o profissional para retomar as suas atividades, pois muitos ainda se queixam de cansaço ou falta de ar para realizar atividades do dia a dia, como por exemplo, subir escadas. “, explicou Bárbara.
A profissional notou que muitas pessoas após contraírem a Covid-19 apresentaram sequelas depois de um período, por conta da função respiratória ou motora que fica comprometida, dependendo muito de pessoa para pessoa apresentar algum efeito adverso depois do coronavírus.
Além disso, Bárbara também notou um aumento em relação ao número de pessoas procurando tratamentos fisioterapêuticos para tratar sequelas desde o início da pandemia.
Questionada se paralisia de Bell teria alguma relação com a Covid-19, a fisioterapeuta respondeu: “Ainda não podemos afirmar que a Paralisia de Bell é uma das sequelas de Covid -19. Ainda estão sendo estudados os principais efeitos pós Covid na população”.
Segundo Bárbara Alcantara, a paralisia de Bell ou paralisia facial periférica, ocorre quando o nervo facial, que controla a contração da musculatura do rosto, é lesado por uma inflamação, na qual leva o nervo a parar de funcionar parcialmente ou completamente. Um dos motivos que pode ocorrer o processo inflamatório do nervo é através de infecções virais.
O tratamento, se feito de maneira precoce, pode reverter quase que totalmente as sequelas. “O tratamento não reverte a paralisia, mas ajuda a melhorar mais rápido. Envolve então, medicação adequada e fisioterapia. Se a pessoa for diagnosticada no início, os sintomas podem ser minimizados completamente”, conclui a fisioterapeuta.
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