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Entrevista: Portal Meon conversa com a banda joseense Dom Pescoço sobre seu novo disco

Grupo lançou recentemente o álbum Chucro, seu segundo trabalho de estúdio

Escrito por Gabriel Campoy

18 FEV 2021 - 17H26 (Atualizada em 18 FEV 2021 - 18H35)

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Nascida na zona rural de São José dos Campos, a banda Dom Pescoço leva para o palco uma pluralidade musical que passa por influências desde nomes clássicos do sertanejo raiz até grandes referências do rock clássico nacional. Formada por Dom (baixo e vocal), Gabriel Sielawa (violão nylon, teclado, guitarra e vocal), Passarinho (bateria, programação e voz) e Rafael Pessoto (guitarra e voz), o grupo se destaca por ter todos seus integrantes como vocalistas.

Após a produção de seu segundo álbum de estúdio, o grupo realizou nos últimos dias 8, 9 e 10 de fevereiro uma serie de lives pelo Youtube para apresentar o novo trabalho ao público. Em um bate papo com o Portal Meon, o baixista e vocalista Dom, um dos nomes mais antigos da banda, falou e destrinchou bastante sobre a história do conjunto. Confira abaixo a conversa.

A banda chama-se Dom Pescoço. Você é o Dom, justamente o integrante que fala conosco. Considera-se o líder do grupo?

(Risos). Nas grandes bandas ao longo da história da música, na maioria das vezes o líder é sempre o vocalista, né? Mas no nosso caso não. Todos cantamos. Acredito que seja uma peculiaridade da Dom Pescoço. Nos discos anteriores todos cantavam. Nesse, de forma específica, escolhemos um cantor só. O Gabriel tem uma pegada melhor para o que estávamos projetando. Mas se tratando de líder, aqui não existe isso. Somos uma grande democracia. Na questão de produção eu tomo algumas decisões importantes, já que sou produtor também, mas longe de ser líder.

Qual o significado do nome da banda?

É inspirado em Dom Quixote de la Mancha, o clássico personagem. No nosso caso, virou Dom Pescoço de la Sanja. Contudo, mais adiante deixamos apenas Dom Pescoço. Divulgamos os dois, mas o real e verdadeiro motivo do nome é esse.

Desde quando o grupo está em atividade?

Estamos desde 2013 na ativa. Como Dom Pescoço desde 2014. Iremos para o sétimo ano com esse nome.

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Banda Dom Pescoço


Sempre foi uma vontade dos integrantes terem uma banda?

No início não. Começamos como uma grande brincadeira, com outra formação. O núcleo da banda permanece desde 2013, mas tínhamos outros integrantes. Tocávamos na zona rural da cidade, em uma estação eco cultural que existia, onde as pessoas faziam eventos, shows, saraus. Enfim, estávamos sempre lá. Em 2014 entrou o Gabriel, que atualmente é o nosso vocalista, e desde a mudança para o nome Dom Pescoço, começamos a ter em mente que queríamos viver disso.

E vocês vivem disso?

A banda em si não é autossustentável, mas todos nós vivemos da música com outros projetos. Falando por mim, sou produtor cultural e tenho outras bandas. Vivemos não somente da música, mas da área cultural. Quando produzo não sou músico, faço zeladoria, organizo eventos, projetos. Os demais integrantes são mais assíduos com a música dentro dos outros projetos. Entretanto, somos todos ligados ao mundo musical.

Para quem ouve o novo disco de vocês, “Chucro”, é perceptível uma grande influência da área rural nas músicas e nos efeitos. O campo é uma inspiração para a banda?

Esse é um aspecto que concluímos ser o diferencial do grupo. Somos todos da zona rural, moradores mesmo. Hoje não mais, apenas eu. Mas no início da caminhada todo nossa base foi lá. Neste último disco nos trilhamos para voltar, aqui no meu bairro, onde ficamos um mês, fazendo toda a produção desse trabalho. Fizemos ao lado de um local cheio de gansos. É justamente nossa intenção fazer nosso público sentir essa pegada mais rural. O fato de termos surgido na roça é parte preponderante para termos esse ritmo e toda essa questão estética.

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Banda Dom Pescoço


O grupo se inspira em algum artista renomado para fazer seu som?

Em muitos. Ouvimos de tudo entre nós. O Passarinho, baterista, ouve e domina bastante ritmos tradicionais brasileiros como forró, samba, maracatu. Essa função rítmica é muito bem explorada por ele. O Gabriel, vocalista, tem uma pegada mais forte no MPB. Já o Rafael Peixoto, guitarrista, é mais ligado em bandas de rock indie. Já eu consumo rock dos anos 80, como The Doors, Vulfpeck, entre outros, e bastante do MBP, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Corumin.

A banda já tem em mente uma turnê do novo disco assim que a pandemia acabar?

É um dos nossos grandes planos para quando tudo isso passar. Já fizemos turnês por todo o Brasil. Passamos pelo sul do país, pelo litoral do nordeste, nos sertões, interior do estado de Minas, oeste de São Paulo, entre muitas outras praças. Tudo o que mais queremos é poder fazer nosso som e aglomerar novamente. Tenho certeza que quando for liberado, as pessoas irão com muita vontade. Estamos todos sedentos para consumirmos eventos culturais pessoalmente.

Recentemente o cantor Belo foi preso por realizar shows em meio a pandemia. Muitos outros artistas também fizeram e foram altamente criticados. Como vocês veem essa questão?

Não tem como. Esses artistas são completas exceções. O mundo da música está completamente parado em questão de shows. Tudo está fechado desde março do ano passado e ninguém tem onde tocar. Está literalmente tudo parado. Fazer apresentações por conta nossa é inviável. Além de colocar a saúde das pessoas em risco, envolve também nossa responsabilidade. Agora o que temos que fazer é aguardar o momento ideal, a vacinação em massa e os tramites dos órgãos de saúde para liberarem os eventos de forma presencial e com segurança.

A banda realizou algumas lives de apresentação do novo disco “Chucro”. Como vocês avaliam a recepção dos fãs?

Fizemos anteriormente algumas lives sobre nossos discos anteriores. O ponto bom, artisticamente falando, é que na pandemia pudemos mostrar nosso trabalho para mais pessoas. Entre os dias 8 e 10 fizemos a live de apresentação do novo disco e tivemos uma resposta incrível de nossos seguidores. Tocamos todo o repertório, além de algumas músicas mais antigas. Foi tudo bem legal.

Para os fãs do grupo que estão na expectativa da volta presencial dos shows, qual o recado você deixa?

O recado que eu dou é para que continuem ouvindo nosso som. Estamos trabalhando desde agosto do ano passado, com suor e carinho, para levarmos esse disco que está na praça. Esperamos que em breve possamos sair das lives e irmos para os palcos. Torço para que a pandemia cesse, para que isso possa acontecer o mais breve possível. Nossos últimos shows na Fundação Cultural foram memoráveis. Muita gente compareceu e cantou com a gente. Em breve nos reencontraremos.

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