Por João Pedro Teles Em RMVale

Felipe d'Ávilla critica a atual política, mas se diz diferente de João Dória

Pré-candidato ao governo do Estado pelo PSDB deu entrevista à TV Meon

luis felipe d´avila

Pré-candidato diz ter apoio político para vencer as prévias

Divulgação

Um dos pré-candidatos ao governo do Estado pelo PSDB, Felipe d’Ávilla foi o entrevistado pela TV Meon nesta segunda-feira (26).

Em sua primeira incursão como candidato, o cientista político defendeu uma campanha que una a militância partidária e que sejam defendidas regras definitivas para as prévias do partido, ainda sem data definida, de acordo com ele.

O pré-candidato ainda defendeu o fortalecimento das instituições, afirmou que o populismo é o principal ‘câncer’ da política no Brasil e prometeu trabalhar para rever benefícios à classe política e às multinacionais.

“Um dos grandes problemas que temos hoje é o privilégio que o Estado concede a segmentos. Seja para indústrias, pequeno empresário, Zona Franca de Manaus. Isso tem um custo extraordinário para o país. Para esse ano de 2018, somadas todas as isenções fiscais do governo federal, serão R$ 283 bilhões. Você tem muito privilégio. Isso não pode ficar num bolo orçamentário que ninguém conhece direito”, diz.

A cúpula (do partido) só pensa na sobrevivência do cargo. Dou atenção especial à militância

Felipe d'Ávilla Pré-candidato do PSDB

Sobre as eleições que, caso leve as prévias do partido, irá participar, o pré-candidato afirma que tratam-se de uma das mais importantes da história democrática do país. De acordo com d’Avilla trata-se de um momento crucial para o país.

“Na minha opinião, essas eleições se assemelham muito às de 1994, que foram um divisor de águas na nossa história. Tivemos uma escolha clara: ou as reformas pelas quais precisariam passar o país, ou o populismo de Lula (PT). Nós vamos enfrentar este mesmo dilema agora. Ou teremos um presidente reformista, ou vamos, de novo, cair na demagogia e populismo e nós seremos duramente cobrados pelos nossos filhos pelo que fizemos nestas eleições de 2018”, afirma.

Respaldo político

Sobre suas chances de vencer as prévias do PSDB, inclusive contra o prefeito de São Paulo, João Dória, o pré-candidato afirma que possui respaldo político e que não entraria na disputa por vaidade ou sem chances de ser o candidato da legenda.

“Eu fui convidado para disputar essas eleições pelo governador Geraldo Alckmin e pelo nosso presidente Pedro Tobias. Então estou ungido nesse sentido. Jamais entraria por vaidade, é importante ter respaldo político. Eu fui particularmente conversar com todos nossos cardeais. Conversei com Fernando Henrique, com o senador José Serra. Todos me encorajaram e só aí eu aceitei a candidatura”, diz.

Apesar de destacar o apoio de caciques da legenda, d’Ávilla aposta na militância do partido como principal força para alavancar sua candidatura.

“Eu converso com a cúpula, mas venho dando uma atenção especial à militância. Ela se sente hoje corresponsável pela política pública. A nova política traz pessoas mais colaborativas, que sugerem e fiscalizam o trabalho de seu candidato. A cúpula só pensa na sobrevivência do cargo. A conta de quem quer sobreviver no cargo é diferente daquela do militante. Quando você escuta a base, escuta uma coisa, quando escuta a cúpula, que está em processo de garantir a sobrevivência, é outra”, diz.

Márcio França

Uma eminente concorrência com o vice-governador Márcio França (PSB) já está no alvo do pré-candidato tucano. Na entrevista, ele afirmou que não teme os efeitos de uma disputa com o atual vice.

“Nós não podemos disputar uma eleição só defendendo legado (do governo Geraldo Alckmin). Nós temos que olhar para frente. Certamente há diferenças sobre o que pensa o vice Márcio França e nós. Eu vejo que, hoje, a barra de São Paulo tem que aumentar. São Paulo precisa se comparar com os indicadores dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). E se nós nos compararmos com educação, estrutura e segurança, estamos muito aquém”, diz.

Temas como a evasão estudantil do ensino médio e a falta de alfabetização de crianças até 8 anos são alguns dos ‘calcanhares de Aquiles’ que d’Ávilla observa na atual gestão.

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“Vivemos a era do conhecimento. É inadmissível que uma criança de oito anos ainda não tenha aprendido a ler e escrever, ou que os adolescentes deixem o ensino médio antes de concluírem esta etapa do ensino. Nosso foco vai ser na parceria com os municípios para erradicar este analfabetismo. É fundamental, para isso, investir na qualificação dos professores. O Estado tem que ter a coragem de não efetivar burocratas do ensino, mas oferecer aos professores ferramentas para que eles melhorem suas aulas e se adequem às necessidades atuais”, afirma.

Região

Neste contexto educacional, d’Ávilla cita a RMVale como um exemplo de excelência no Estado de São Paulo.

“Sempre cito como uma ilha de excelência no Estado. É um bom exemplo para o Brasil. Mostra como uma política indutora do Estado ajuda a construir um polo de desenvolvimento importante. É um contraponto à Zona Franca de Manaus, por exemplo, que recebe dinheiro público e não teve uma transferência de tecnologia, uma ponta de desenvolvimento. Um desastre. Algo que não colaborou para o progresso do país”, diz.

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