"As renas comem cenouras porque elas precisam enxergar bem", diz Lívia
Pedro Ivo Prates/Meon
Ele divide opiniões. Alguns acham que passa o ano todo fabricando presentes, outros, que ele os compra prontos. É imortal ou tem herdeiros que o substituem? Crianças de todo o mundo têm suas próprias teorias sobre esse senhor que encanta a todos no Natal. Com o fim do ano só uma coisa é certeza: o bom velhinho está chegando e a magia natalina também!
"Um dia eu vi minha mãe no quarto, conversando com o Papai Noel. Eu acho que ela estava contando pra ele qual presente eu queria. Ou então avisando se eu fui ou não um bom menino", conta Pietro, 7 anos. Assim são os relatos dos pequenos. A imaginação e a inocência de quem acredita fazem com que as crianças sonhem tão alto que nenhum adulto consegue acompanhar.
"As renas comem cenouras porque elas precisam enxergar bem. Elas viajam muito e precisam saber bem o caminho", diz Lívia, 7 anos. Samuel, de mesma idade, completa: "E elas usam GPS. Porque se não, como é que iam achar a casa de todo mundo?".
Para Pietro, Lívia, Samuel, Ana Clara, Maria Eduarda, Lucius e Laura, de idades entre 6 e 8 anos, Noel passa o ano todo preparando os presentes. Mas e se um dia ele não conseguir entregar? "Não tem problema, eu não ia ficar triste", diz Laura, 8 anos. Para ela, só a festa de Natal basta. "Meus avós vão para a minha casa e a gente comemora o aniversário do menino Jesus", diz. Para as crianças, não há distinção: a figura religiosa coexiste com o bom velhinho.
"A criança precisa ter crenças", diz Paula
Laryssa Prado/Meon
Além da brincadeira, o Papai Noel ajuda as crianças a interpretarem a realidade ao seu redor. De acordo com a psicóloga e psicopedagoga Paula Rios, "a criança precisa ter crenças, fantasias e ritos. Ela precisa aprender a fazer as coisas brincando, para fazê-las realmente", diz.
A história passa a ser um dos contos de fadas comuns à infância. Mas, diferentemente da Branca de Neve e Cinderela, traz algo concreto. "Nenhum dos outros personagens vai até a casa da criança, o Papai Noel vai. Talvez seja a crença mais fácil e mais fantasiosa para que ela compreenda de fato o Natal. A história do menino Jesus ainda é muito complexa para a idade", conta Paula.
Para Paula Rios, com o crescimento a necessidade de fazer links para compreender a realidade é perdida, mas os valores que são adquiridos durante a infância continuam fazendo parte do caráter e personalidade. "Esse Papai Noel que foi tão sonhado, idealizado e maravilhado, pode ter sido o próprio pai, mãe, tio, ou alguém que ele nem conhece, mas que o adotou no Natal. E aí ele começa a descobrir que alguém quis ser o Papai Noel dele. E quando crescer talvez queira ser o Papai Noel de outra pessoa", diz a psicóloga.
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