A Justiça do Trabalho vai julgar na próxima quarta-feira (10), a ação pela demissão de 2.500 trabalhadores que aconteceu em setembro de 2020 na Embraer em São José dos Campos. A autoria é do Sindicato dos Metalúrgicos que pedem a reintegração desses trabalhadores.
O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região marcou a audiência para às 13h30, por videoconferência.
O sindicato alega que a empresa fez os cortes sem buscar alternativas para minimizar o impacto social provocado. Foram 1,6 mil adesões aos PDVs, mas como o volume não atingiu a meta necessária, a Embraer anunciou mais 900 cortes. A empresa alega que tentou por três vezes negociar os PDVs com o sindicato e a proposta não foi levada para assembleia.
“As demissões realizadas pela Embraer são inaceitáveis. É falso o argumento de que os cortes foram consequência da pandemia. A irresponsabilidade e ganância da direção e dos acionistas da empresa são a verdadeira razão da demissão em massa. Por isso, estamos lutando para que todos os trabalhadores demitidos em setembro de 2020 tenham seus empregos de volta”, conclui o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
“O que de fato gerou prejuízos à Embraer foram as tratativas de venda para a Boeing. O processo de transição custou à empresa brasileira algo em torno de R$ 1 bilhão. Depois de dois anos de negociação, o acordo fracassou e a Embraer ficou com um rombo em seu orçamento. A conta foi paga pelos trabalhadores, com seus empregos”, afirma Márcio José Barbosa de Morais, diretor do Sindicato.
O que diz a Embraer
"Em setembro de 2020, o Tribunal Regional do Trabalho concedeu liminar para concessão de plano de saúde e auxílio alimentação no valor de R$ 450 até junho de 2021, em audiência de conciliação realizada entre a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Essa decisão coincidiu com a proposta apresentada pela empresa durante as audiências anteriores no TRT e aprovada pela maioria das entidades sindicais que representa profissionais da companhia pelo Brasil. Em todas as negociações, a Embraer reforçou o compromisso de preferência na recontratação dos ex- colaboradores, conforme retomada do mercado e política de recursos humanos da companhia.
A Embraer aguardará agora o julgamento final do TRT.
Desde o início da pandemia, a empresa adotou uma série de medidas para preservar empregos e reduziu o trabalho presencial nas plantas industriais com o objetivo de zelar pela saúde dos colaboradores e garantir a continuidade dos negócios".
Prejuízos
A Embraer registrou prejuízo de R$ 2,95 bilhões nos primeiros seis meses de 2020. Somente no segundo trimestre, o prejuízo líquido foi de R$ 1,68 bilhão, pior resultado para um trimestre em 20 anos. Segundo a empresa, no primeiro semestre do ano passado, foram entregues somente quatro aeronaves comerciais e 13 executivas, consequência da pandemia do Coronavírus.
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