Por João Pedro Teles Em RMVale

Moradores acusam PM de agredir aluno da Apae em Cruzeiro

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Jovem foi confundido com traficante

Reprodução/Facebook

Moradores do bairro Jardim América, em Cruzeiro, acusam uma dupla de policiais militares de agredir Paulo Henrique de Jesus, que tem 19 anos e sofre de autismo e atraso mental. De acordo com os depoimentos, o jovem teria sido confundido com um traficante durante ronda realizada pelos policiais por volta do meio-dia da última quarta-feira (29).

Frequentador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Exepcionais) da cidade, Jesus teria sido abordado pelo costume de guardar tampas de garrafa no bolso. O volume chamou a atenção dos PMs que confundiram as tampinhas com entorpecentes.

Ao ser parado pela polícia, o jovem entrou em surto e começou a correr. Foi nesse momento que, ainda segundo testemunhas, Jesus foi agredido e algemado pelos PMs. A confusão só terminou quando moradores da rua o identificaram e intervieram na ação dos policiais.

“Depois do incidente, o Paulo Henrique está apresentando um comportamento muito instável. Ele chora bastante e está com medo de ser preso. Toda a família apresenta uma deficiência parecida e é acompanhada pela Apae. Eles também ficaram muito temerosos e não quiseram sequer registrar um Boletim de Ocorrência”, explica a assistente social da Apae, Camila Gonçalves de Souza Gomes.

De acordo com a assistente social, a deficiência de Jesus é facilmente perceptível, o que, segundo ela, torna mais grave a ação dos policiais. Nesta segunda-feira (3), a Apae vai encaminhar um relatório informativo de investigação e providência ao Ministério Público do Estado.

“Por meio do MP, vamos cobrar que a Polícia Militar identifique e puna os culpados por esse incidente. Estive na casa do Paulo Henrique na última quinta-feira (30) e constatei que ele está com hematomas tanto no braço quanto no ombro direito”, afirma.

Comoção
A suposta agressão promovida pelos PMs causou revolta em moradores do bairro. Por meio de sua página no Facebook, a moradora Jaquelliny Kerollin denunciou a ação dos policiais. Junto com a denúncia, postou a foto do jovem e de um brinquedo dele que havia sido quebrado durante a ação dos policiais.

“É revoltante chegar em casa e saber que esse garoto, que tem um atraso mental, foi brutalmente ofendido e maltratado por pessoas do poder que visamos ser nossos ‘anjos da guarda’ (...) para uma pessoa normal, é nítido perceber que ele sofre uma deficiência, e mesmo assim se acharam no direito de bater em sua cabeça”, afirma na denúncia.

Abominável
O primeiro-tenente da Polícia Militar Marcelo Silva de Araújo classificou como abominável a suposta agressão. O tenente promete investigar o caso e punir os culpados.

“Vamos abrir um procedimento investigatório para saber o que aconteceu. Se a história realmente envolveu policiais militares, nosso dever é punir os culpados. Nas próximas semanas vamos ouvir testemunhas e os PMs envolvidos”, afirma.

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