Por Idelter Xavier e Moisés Rosa Em RMVale

Moradores relatam drogas e sexo em cartão postal de São José dos Campos

Os “fluxos” do funk se iniciam por volta das 23h e acabam às 6 da manhã

Som alto até o amanhecer, drogas e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Assim tem sido a rotina durante os fins de semana para os moradores da avenida Anchieta, um dos principais cartões postais de São José dos Campos. Os “fluxos” do funk se iniciam por volta das 23h e acabam às 6h.

No último fim de semana, os moradores presenciaram cenas, que segundo eles, são consideradas como a de uma “guerra”, com cerca de duas mil pessoas na extensão da avenida. [Veja vídeo acima].

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De acordo com relatos dos moradores, carros com som alto são estacionados e servem como “ponto” de dança para os jovens. Uma espécie de serviço “personalizado” de venda de bebidas também acontece na avenida, com bebidas e drogas de todos os tipos.

"Carros com som alto já viraram rotina aos fins de semana. As janelas da minha casa chegam a tremer. Só é possível descansar depois que o sol nasce", diz um morador da avenida há 45 anos, que não quis se identificar. No último fim de semana, o morador tentou pedir para os jovens encerrarem o “fluxo”, mas foi ameaçado.

"Eles balançaram as grades do meu portão e me enfrentaram quando pedi para que abaixassem o som. Na manhã seguinte eu encontrei uma faca e um resto de cigarro de maconha na minha garagem", relata.

Os veículos que tentam passar pela via são impedidos. “Quando um carro tenta passar eles chutam. Até ambulância eles impediram de passar outro dia. Fora o lixo, pela rua é possível ver pinos de cocaína vazios, preservativos usados e frascos de lança-perfume", conta Vera Martins, moradora há 68 anos na avenida.

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Avenida suja após noite de "fluxo"

Arquivo Pessoal

Ela diz que já chegou a presenciar uma tentativa de estupro e veio a intervir. “Ouvi gritos de desespero e vi uma menina de 12 anos com três rapazes com a calça abaixada. Corri para perto e socorri a jovem para dentro da minha casa, que estava totalmente transtornada”.

Vera diz que a maioria dos jovens que participam do “fluxo” possuem idade entre 13 e 15 anos. Segundo ela, há um mês as festas estão se intensificando, prejudicando moradores e comerciantes. “Já passamos por essa situação há quatro anos, com jovens bebendo, tendo relações sexuais explícitas na avenida e as ameaças que são constantes. É um cenário de guerra e não aguentamos mais”, completa.

Nesta quinta (8), o Meon publica uma reportagem com os comerciantes da avenida, que relatam queda nas vendas e demissões devido ao "fluxo". Na sexta (9), a reportagem ouve a Polícia Militar e a prefeitura sobre o caso.

 

 

 

 

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