Alexandre Padilha em entrevista em São José dos Campos
Warley Leite/Meon
Pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PT Alexandre Padilha criticou o debate criado em torno da obra de integração do sistema Cantareira e a represa do Jaguari, no Rio Paraíba do Sul.
"O que vai resolver o problema de água em São Paulo é fazer obra que pegue água dos nossos rios e leve até a casa das pessoas. O resto é fazer bate-boca. Temos que nos concentrar para que as obras aconteçam, saiam do papel", afirma Padilha
A crítica foi feita em São José dos Campos, onde o ex-ministro da Saúde esteve acompanhando a presidente Dilma Rousseff para assinatura da ordem de serviço para a construção de 1.461 casas para ex-moradores do Pinheirinho, nesta terça-feira (25).
Pré-candidato do PMDB
Em visita a São José dos Campos, na última sexta-feira (21), o presidente da Fiesp Paulo Skaf, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, também criticou a medida. "Há dez anos faltou água e o que foi feito? Nada. São Paulo está na beira do racionamento. E a responsabilidade é do governador de São Paulo [Geraldo Alckmin], pois a responsabilidade pela Sabesp é dele. Se a instituição tivesse feito a sua obrigação, não precisaríamos rezar para chover. A essa altura o governador procurar a presidente Dilma e jogar a responsabilidade no Rio de Janeiro é cortina de fumaça".
Transposição
Geraldo Alckmin anunciou na última quarta-feira (19) um projeto de captação de água da bacia do Rio Paraíba do Sul, na região do Vale do Paraíba, para abastecer o Sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água na Grande São Paulo. As obras devem custar cerca de R$ 500 milhões. Segundo Alckmin, a transposição de água entre a represa de Jaguari e o reservatório Atibainha só acontecerá se o nível do Sistema Cantareira estiver abaixo de 35% da capacidade.
De acordo com o governador, nos últimos dez anos isso só ocorreu em duas ocasiões e uma delas corresponde ao momento atual. O Cantareira atingiu o volume de 14,7% de sua capacidade. A proposta é retirar água de um dos braços da represa do Jaguari, na cidade de Igaratá, por meio de uma estação elevatória e levá-la ao reservatório Atibainha, em Nazaré Paulista, no Sistema Cantareira, por um canal com 15 km de extensão.
Alckmin disse que a medida não causará impacto nem na produção de energia elétrica nem no fornecimento de água para as cerca de 15 milhões de pessoas que são abastecidas pelo Rio Paraíba do Sul, nos Estados São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto de transposição enfrenta resistência de técnicos e prefeitos da região do Vale do Paraíba e de municípios fluminenses.
"Nós não estamos tirando água do Paraíba. É uma medida que não é novidade, para se ter mais segurança, todos ganham, é uma sinergia. A medida é tecnicamente correta, recomendável, evitando grandes enchentes e grandes secas, o estresse hídrico. É preciso ter um aproveitamento melhor das águas. Isso vai trazer um ganho, você vai ter dois reservatórios gigantescos para poder armazenar mais água e ter mais segurança hídrica. Tem que garantir ao Rio de Janeiro todas as vazões mínimas, mas tanto São Paulo quanto Rio serão beneficiados", disse Alckmin.
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