Eliane Nikoluk (PL), pré-candidata à prefeitura de São José dos Campos
Há quatro meses das eleições municipais e, até o momento, sem previsão para adiamentos, o Portal Meon procurou os pré-candidatos às prefeituras para iniciar a primeira bateria de entrevistas.
Nesta matéria, você confere a entrevista realizada com Eliane Nikoluk (PL), pré-candidata à prefeitura de São José dos Campos.
Como avalia São José dos Campos? A cidade tem grandes problemas? A cidade usa bem os seus recursos (tecnológicos, de produção, de localização, pesquisa, turismo, lazer, bem estar)?
Nossa São José dos Campos tem com um potencial enorme de liderar o desenvolvimento das melhores práticas e inovação nas áreas de gestão, em especial, na coparticipação do cidadão e na prestação de serviços públicos com qualidade. Estamos em uma região muito privilegiada, no eixo entre as duas maiores metrópoles do País (São Paulo e Rio de Janeiro), próximos da Capital, do Estado de Minas Gerais, da Serra a Mantiqueira e do litoral. Somos cortados por uma das rodovias mais importantes do País, a Rodovia Presidente Dutra, por onde passa mais de 50% do PIB nacional. A cidade registra em média bons indicadores, porém uma análise mais profunda mostra que há sim problemas de desigualdade que precisam ser enfrentados. Um exemplo são indicadores sociais que em alguns bairros da cidade, são muito próximos àqueles observados em países de primeiro mundo (como Suíça ou Dinamarca), enquanto outros bairros apresentam indicadores sociais deficientes, o que revela uma urgente necessidade de mais equilíbrio na atenção entre todas as regiões da cidade, em especial, nas áreas mais periféricas, bairros mais antigos (como a Zona Norte por exemplo) e a região rural, que corresponde a mais de 60% da área total do município. É preciso trabalhar forte para um processo de regularização de bairros irregulares, no enfrentamento dessas desigualdades. Falta maior definição dos rumos de desenvolvimento de nossa cidade, especialmente, em relação a novos investimentos. Falta maior participação da população na construção do planejamento e da definição de metas para o futuro. Há um grande potencial de aproximação da população com a sua Prefeitura, bem como, é necessário melhorar o acesso e garantir transparência às informações da gestão pública. São José dos Campos tem excelentes equipamentos públicos, uma localização privilegiada e grande potencial tecnológico, econômico e industrial, porém ainda não estruturou o uso sistêmico e integrado desses recursos, principalmente pela falta de um planejamento realmente democrático e participativo, construído entre o poder público e a população, com foco no desenvolvimento da cidade. Há grande potencial para a valorização e o desenvolvimento humano (com foco no servidor público e na qualidade dos serviços prestados), além da inovação, pesquisa e tecnologia para integrar as diferentes áreas da gestão pública e garantir a efetiva participação de outras instituições públicas e privadas (como universidades e institutos de fomento e pesquisa), da indústria, do comércio, do terceiro setor e principalmente da população, de forma que possamos caminhar forte para tornar São José dos Campos uma referência de cidade com uma governança democrática, humanizada, inteligente e sustentável e com a qualidade de vida que São José dos Campos merece. É possível sim melhorar muito a gestão dos recursos e dos potenciais inerentes a nossa cidade.
O que precisa ser desenvolvido mais urgentemente na cidade? Quais suas principais propostas?
A principal proposta é HUMANIZAR a gestão municipal e garantir uma governança democrática, mais participativa e transparente, que combata a corrupção, valorize o servidor público, potencialize a sinergia entre as diversas áreas de gestão e principalmente, traga o cidadão e a sociedade joseense a participar efetivamente do planejamento, que não deve ser imposto pela Prefeitura. Planejar democraticamente para resgatar São José dos Campos como atrativa e promotora de novos investimentos e uma marca de valor, associada à inteligência, tecnologia e qualidade de vida.
Como avalia a administração pública no enfrentamento a pandemia Covid-19 na esfera municipal, estadual e federal? Acredita que os governos (Federal e Estadual) tomaram atitudes efetivamente positivas para a contenção dos impactos da pandemia (tanto na esfera da saúde, econômica e de educação)?
Como especialista em gestão de crises, é fato que enfrentamos uma crise mundial sem precedentes que exigiu rápido aprendizado durante o enfrentamento (como trocar pneus com o carro andando). No Brasil, é inegável que houve falta de coordenação e de alinhamento entre as esferas federal, estadual e municipal, indicando guerra de vaidades e até a politização da crise, além da interferência do judiciário como fator complicador da crise, o que trouxe prejuízos tomada de decisões e efetivação de ações, além de confusão na comunicação entre órgãos e a população. Com certeza, a era “pós COVID-19” trará grandes desafios e um cenário complexo, que exigirá muito daquele que assumir a Prefeitura, como dívidas a serem pagas, queda da arrecadação, grande desemprego e consequentemente, maior risco de aumentar problemas sociais e de ordem pública. Quem se dispõe a liderar deve ser firme, ter coragem para tomar decisões difíceis e enfrentar grandes desafios. Deve ser equilibrado e saber, acima de tudo, respeitar e dialogar com todos. Quando queremos liderar para SERVIR, é para servir com muito respeito, diálogo, transparência, coragem, confiança e “ombro a ombro” com a população, estimular e trazer o cidadão joseense como cogestor do planejamento e da construção das políticas públicas. Precisamos superar extremismos e polarizações que só nos enfraquecem e pelo diálogo, tomar juntos decisões melhores e mais justas. A união em prol das mesmas causas e objetivos com certeza garante mais chance de uma São José mais inovadora, humana e melhor para todos.
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