Vazamentos em rede de abastecimento de água revoltam moradores de Taubaté
Flávio Pereira/Meon
Moradores de Taubaté reclamam de vazamentos contínuos na rede de abastecimento de água em diversos bairros da cidade. Na última semana, buracos em quatro diferentes ruas jorraram água por mais de 48 horas, gerando desperdício em tempo de crise hídrica.
Um buraco de 2 milímetros num encanamento desperdiça até 3.200 litros de água em um dia -o equivalente a pouco mais de três caixas d'água. Um buraco maior, com água escorrendo pela rua o dia todo triplica essa perda.
"A represa secando e a água jorrando a noite e o dia inteiros aqui em frente de casa. A Sabesp pede para economizar água e não cuida dos encanamentos? Aqui não pode passar um caminhão mais pesado que já começa a vazar água", conta a dona de casa Maria Santos, 55 anos, que mora no Jardim América.
De sábado (20) a quarta-feira (24) foram registrados vazamentos na rede que passa pelo Parque Três Marias, próximo ao DER (Departamento de Estradas e Rodagem), na avenida João Kennedy, perto do Estádio Joaquinzão, na região central, no Jardim América, além de relatos em outros pontos do centro e do Parque Aeroporto. No Jardim Gurilândia, um vazamento na rua Príncipe Escamada começou no sábado e só foi resolvido três dias depois, na terça-feira (23).
As reclamações foram parar na Câmara e na sessão de quinta-feira (25) os vereadores encaminharam um ofício para a Prefeitura de Taubaté pedindo que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) seja multada quando demorar para fazer reparos na rede de distribuição de água.
Contudo, para o especialista em redes de abastecimento de água, o engenheiro José Maria Villac Pinheiro, que também é consultor do Ministério das Cidades, multar não resolve o problema.
"As redes são antigas e a medida que a cidade vai crescendo é preciso aumentar a pressão das redes de água. Isso força os encanamentos, que já possuem pequenos furos e causa os vazamentos. É preciso mapear toda a rede, saber a idade e situação de cada encanamento e programar as manutenções", explica.
Pinheiro conta que em algumas cidades mais antigas, as concessionárias de água não sabem mais nem onde ficam os registros que controlam a água enviada para cada bairro, o que causa mais desperdício ainda.
"Não dá para sair trocando cano pela cidade toda. Tem que usar sistemas inteligentes, controlar o acesso de caminhões nas regiões com encanamentos mais sensíveis e antigos para evitar estragos na rede e controlar a pressão. Sem isso, o prejuízo e o desperdício é maior por parte da concessionária que das pessoas nas casas", conclui.
Outro lado
A Sabesp não informou quais as providências tomadas em cada um dos vazamentos relatados pelos moradores em Taubaté. Em nota, afirmou apenas que há vários fatores que podem ocasionar vazamento, como movimentação do solo causando o rompimento da rede, além de fraudes, ligações clandestinas, obras de terceiros, entre outros. Assim que a situação é constatada, a equipe da companhia é acionada imediatamente para solucionar a ocorrência.
A Prefeitura de Taubaté não se manifestou sobre o pedido dos vereadores para aplicar multa à Sabesp por causa dos vazamentos.
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