Alguém desavisado poderá dizer que a síndrome do coração partido tem a ver com uma grande decepção amorosa. Em alguns casos, tem sim, mas o nome tem outra origem. Estudos mostram que, durante a síndrome, os ventrículos do coração simulam infarto do miocárdio, resultando numa imagem que lembra um coração partido.
Oficialmente chamada de cardiomiopatia do estresse, a doença apresenta os mesmos sintomas do infarto -- dor no peito que pode ou não irradiar para o braço, falta de ar, cansaço anormal, palidez e suador frio. E as mesmas consequências -- podem levar a um desmaio, na melhor das hipóteses, às arritmias ou à morte. Porém, um detalhe diferencia as duas doenças e complica o diagnóstico – não há entupimento de artéria na primeira.
A síndrome do coração partido “é um tipo de infarto em que a pessoa chega com os sintomas clássicos. Quando faz eletrocardiograma, aparece a alteração de infarto, mas ao fazer cateterismo para ver a artéria obstruída, não há obstrução nenhuma nas coronárias”, diz o cardiologista Cláudio Ferreira Jardini, do Grupo São José Saúde.
Além de uma grande desilusão amorosa, qualquer outra situação de muito estresse tem potencial para desencadear os sintomas – perda de enorme quantidade de dinheiro, morte de ente querido, ser diagnosticado com doença grave... Portanto, mesmo uma pessoa fisicamente saudável pode experimentar as sensações, se estiver sob muita tensão.
“A pessoa que é muito ansiosa, tem grandes problemas, vai fazendo descarga de adrenalina e acaba sofrendo esse tipo de infarto”, continua o médico.
“Neste período de pandemia, tem gente sentindo muito medo, não sai na rua, só compra pela internet; sente depressão, angústia e ansiedade e pode ter os sintomas do infarto. Tem que ir ao médico para investigar se é isso mesmo ou emocional. Descartando a angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração), pode iniciar tratamento antidepressivo, antiansiedade”, explica.
Além dos já mencionados, o paciente pode sentir dificuldade para respirar, perda de apetite, raiva e depressão; insônia, sentimentos negativos ou pensamento suicida.
“Quando recebem más notícias, alguns se mantêm tranquilos, outros ficam extremamente nervosos. Se não conseguir trabalhar a má notícia, pode sofrer estresse agudo”.
O médico atenta para o fato de que, na vida, sempre existirão más notícias e fatos que provocam emoções fortes; administrar isso com ajuda psicológica é imprescindível. “Com isso, a pessoa vai sofrer, mas sem risco de ser internado”.
Como a síndrome do coração partido não é facilmente diagnosticada, a pessoa precisa estar alerta aos sinais e procurar o pronto-socorro se sentir dificuldade para respirar, dor no peito, tonturas, vômitos... Por outro lado, “se tiver muito estresse, angústia, choro, sensação de sufocamento, é importante ir logo ao psiquiatra para começar tratamento medicamentoso, se necessário. Por tabu, muitos não procuram o especialista psiquiátrico, chegam ao estresse máximo e têm infarto. Se tratassem, evitariam isso”, conclui o cardiologista.
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