Por Paulo André Vieira Em Noticias

Uma selfie do planeta Terra, feita de muito, muito longe

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Vista do céu de marte

Divulgação/NASA

A atual encarnação deste blog está prestes a completar dois anos de existência. Ao longo desses quase 100 posts mostramos do fogo dos vulcões até o gelo dos polos. De tempestades de areia até os mais devastadores ciclones tropicais. Mostramos como a presença do homem modifica o planeta e como podem ser belas as áreas onde ele está (teoricamente) proibido de encostar o dedo.

Para contas essas histórias usamos desde fotos tiradas por astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional até imagens capturadas por mergulhadores que nadavam com as tartarugas nos recifes de coral na Austrália. Usamos dados captados por sensores a bordo dos vários satélites que documentam nosso planeta lá do alto: Landsat, Aqua, Terra, EO-1 e muitos outros.

Todas essas fotos, imagens e dados nos mostraram como o nosso planeta pode ser belo, e como ele é frágil, vítima de atrocidades ambientais e ameaças constantes como o desmatamento, a mineração e as mudanças climáticas.

Esta semana não teremos nenhuma imagem de satélite, nenhuma foto de astronauta, nenhuma animação feita a partir de dados. O autor de única imagem desta semana não tem nem muito tempo para olhar para o nosso planeta, mais ocupado em explorar um de nossos vizinhos. Mas no último dia 31 de janeiro ergueu uma de suas câmeras e olhou de volta para casa. Aproximadamente 160 milhões de quilômetros distantes estavamos nós, apenas um pontinho quase imperceptível no céu de Marte.

Como o pálido ponto azul de Carl Sagan, ou a imagem feita pela sonda Cassini, esta foto feita pelo rover Curiosity serve para nos lembrar o quão insignificantes nós somos quando levamos em conta o tamanho do universo. De lá não é possível ver as florestas derrubadas, queimadas e degradadas. Os rombos abertos no solo para extrair petróleo, gás e minérios. Os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos, nos polos, nos biomas, nada disso pode ser visto a partir do planeta vermelho. Mas a última coisa que devemos perder é a esperança de que nosso planeta ainda tem salvação. Afinal de contas, somos a mesma civilização que conseguiu colocar um robô na superfície de Marte. Repetindo: na superfície de Marte. Uma civilização que levantou um braço mecânico em outro planeta e fez uma selfie. Se fizemos isso, o resto devemos tirar de letra, certo?

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