O prefeito de Campos do Jordão, Carlos Eduardo Pereira da Silva, mais conhecido como Caê, abriu as portas de seu gabinete para receber a reportagem da Metrópole Magazine. Eleito com 58,96% dos votos válidos, em outubro de 2024, obtendo 15.653 votos, Caê representa uma proposta de renovação política na estância turística da Serra da Mantiqueira.
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Nascido em 26 de agosto de 1983, em Campos do Jordão, Caê tem raízes profundas na cidade que agora governa. Formado em fisioterapia e terapia ocupacional, ele não apenas tem perfil técnico, mas também uma visão social para a gestão pública.
Antes de se tornar prefeito, Caê atuou como vice-prefeito, o que proporcionou a ele uma vivência administrativa importante. Essa experiência foi fundamental para moldar seu discurso de campanha: ele prometeu priorizar infraestrutura, saneamento, zeladoria, educação, saúde, habitação e, especialmente, sustentabilidade no turismo local — base econômica essencial para Campos do Jordão.
No plano pessoal, Caê é ativo nas redes sociais e mantém uma presença pública ligada ao esporte (é faixa preta de Jiu-jítsu). O prefeito mantém uma rotina de interlocução com a população, o que reforça seu discurso de proximidade com o cidadão jordanense.
Muitos moradores esperam que sua gestão, baseada em renovação, efetividade e sustentabilidade, promova transformações estruturais duradouras.
Caê assumiu o mandato com a proposta de inaugurar um novo tempo em Campos do Jordão. "Quando se fala em novo tempo, a gente vê a questão do acolhimento ao jordanense. Nós percebemos ao longo dos anos, a distância dos jordanenses com a cidade, principalmente relacionado ao turismo, onde as pessoas deixaram de gostar dos turistas. A nossa cidade tem uma indústria sem chaminé, que é o turismo, e o jordanense precisa gostar do turismo. Com as novas atrações na cidade, estamos colocando os jordanenses dentro. O novo tempo é cuidar primeiro do nosso povo", explica Caê.
Não diferente das demais cidades brasileiras, a questão da saúde é um dos maiores desafios da atual gestão. "Nós dependemos de um sistema, principalmente em relação a vagas. É um desafio diário, mas se pegarmos os números de quando assumi até agora, evoluímos bastante. A construção do Pronto Socorro é prioridade, será construído no centro da cidade, já estamos limpando o terreno e esperamos começar a obra no ano que vem. O investimento gira em torno de R$ 20 milhões, em parceria com o governo do estado", garante.
O prefeito de Campos do Jordão também aponta outras duas obras definidas como importantes para o município, neste momento. A reforma de uma escola, cuja obra está em fase final, e o estádio de futebol que estava abandonado. "O estádio do Jaguaribe, muito querido pela população, estava abandonado e estamos finalizando o projeto de reforma. Como esportista não poderia deixar de melhorar as condições do estádio", pontua Caê.
Dentro dos planos de governo do prefeito, estão a reurbanização da Abernéssia e melhorias no Mercado Municipal, atendendo às solicitações dos moradores. "Na Abernéssia estamos fazendo um grande trabalho de zeladoria, e cidade turística tem que ter esse cuidado. As pessoas precisam chegar aqui e ver uma cidade limpa e bem cuidada. Estamos fazendo uma grande transformação em Abernéssia, cuidando de todos os detalhes. E o Mercado Municipal estava abandonado há muitos anos. Mais de 14 anos com boxes fechados e agora colocamos em licitação 12 boxes para que as portas sejam reabertas. O processo de licitação já está em fase final. Depois da reabertura dos boxes iremos fazer a pintura para deixar o Mercado mais bonito e fazer com que o jordanense possa frequentar o espaço, trazer as pessoas para dentro do Mercado. Também já estamos desenhando um projeto de reforma ampla do Mercado, mas com a arquitetura sendo mantida", detalha o prefeito.
A mobilidade, principalmente na alta temporada, gera preocupação para turistas e moradores por conta do alto volume de veículos na cidade. Algumas medidas estão sendo tomadas pelo prefeito Caê. "A gente sabe que toda cidade turística tem problema com trânsito. Nós fizemos uma parceria com o governo do estado para operação subida e descida com o DER (Departamento de Estrada e Rodagem). As câmeras de monitoramento ajudaram a amenizar a situação e não tivemos trânsito travado na saída dos turistas. Não tinha trânsito parado na serra na volta pra casa", explica.
CAMPOS DO JORDÃO ATRATIVA O ANO TODO
A cidade mais alta do Brasil, que tem a temporada de inverno como grande atração, passa a trabalhar para receber turistas o ano inteiro. Para isso, algumas medidas estão sendo tomadas, como explica o prefeito Caê. "É um grande desafio trazer turistas o ano todo, e hoje conseguimos transformar o Natal em uma temporada. A cidade estando bem cuidada e bonita, fica atraente e com novos investimentos que estão chegando na cidade, como parques atrativos, com certeza teremos turismo o ano inteiro. Campos não é só frio, só temporada de inverno, não é só Corpus Christ. Campos do Jordão é turismo durante os 12 meses do ano".
Por ser uma cidade turística, Campos do Jordão está aberta a novas atrações e novos investimentos, como é o caso de parques que chegaram ao município e valorizaram o turismo, oferecendo novas opções aos visitantes. Campos é uma cidade que tem potencial e público para novos empreendimentos. "Campos é uma cidade de fácil acesso, perto de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, com estrada boa e leitos para todo mundo. Com potencial gigantesco, podemos duplicar o número de turistas ao longo do ano", espera o prefeito.
Recentemente, Campos do Jordão aprovou o projeto de lei que instala a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental para a entrada de veículos com placas de outros municípios. A medida deverá ser implantada no segundo semestre de 2026. O prefeito analisa o impacto dessa taxa. "É uma taxa ambiental, com recursos para investir nas questões ambientais. Será cobrada uma taxa diária por automóveis, motos, ônibus e demais veículos. Nós fizemos um estudo sobre as cidades que implantaram essa taxa e nenhuma perdeu turista, até porque o valor não é alto. É uma forma da cidade arrecadar para acolher melhor os visitantes e moradores. Somente na temporada são três vezes mais o recolhimento de resíduos sólidos e precisamos ter dinheiro para dar destino a isso, que inclusive não é na cidade, o destino é fora daqui", esclarece.
Sobre a Taxa de Preservação Ambiental, os valores serão cobrados com base na Unidade Fiscal Jordanense (UFJ) fixada atualmente em R$ 6,67. Confira a tabela:
Motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos = R$ 6,67
Automóveis = R$ 13,34
Caminhonetes = R$ 20,01
Vans = R$ 50,02
Micro-ônibus = R$ 100,05
Ônibus = R$ 166,75
Caminhões até 4 eixos = R$ 40,02. Acima de 4 eixos acrescenta-se mais 2,0 UFJs a cada eixo adicional.
Estão isentos veículos de Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Piranguçu/MG, Brasópolis/MG, Itajubá/MG e Wenceslau Braz/MG.
Pessoas com deficiência, autistas, turistas com casas de veraneio na cidade (com posse do imóvel comprovada), trabalhadores que moram fora, incluindo profissionais autônomos, e veículos de passagem não serão cobrados ao entrarem em Campos do Jordão.
A taxa também não será aplicada a ambulâncias, veículos oficiais, carros fortes e carros fúnebres previamente cadastrados no município.
ATENÇÃO ESPECIAL AO PERÍODO DAS CHUVAS
Existe uma preocupação em Campos do Jordão em relação ao período das chuvas. No passado, as fortes chuvas, principalmente durante o verão, causaram alagamentos e deslizamentos de terra. São eventos preocupantes, que colocam sempre a Prefeitura e a Defesa Civil em alerta.
Segundo o prefeito Caê, o município vem mapeando desde o início deste ano, junto com a Defesa Civil do estado, os bairros que sofrem durante o período das chuvas e algumas medidas serão tomadas. "Vamos colocar agora sirene de alerta, que tocará em caso de emergência. É uma ação em parceria com o governo do estado. As áreas de risco estão sendo monitoradas a todo tempo. Fizemos o trabalho de manutenção nesses locais, principalmente nas encostas. Estamos atentos a todo momento junto com a previsão do tempo", garante.
Outra ação para beneficiar moradores em áreas de risco é tirá-los desses locais. "Estamos trabalhando com o governo do estado para trazer mais moradia. Temos uma fila de espera desde o ano 2000, de famílias que perderam suas casas naquela época. Foi uma tragédia na cidade e muitos ainda esperam por suas novas casas. Logo elas serão beneficiadas",afirma Caê.
As audiências públicas são marcas importantes da atual gestão em Campos do Jordão. O prefeito Caê recebe moradores em seu gabinete para discutir as questões da cidade, deixando o gabinete de portas abertas.
AVANÇO EM TECNOLOGIA
Campos do Jordão é uma cidade que ficou atrasada em inovação. Já implantamos o SEI (Sistema Eletrônico de Informação para produção e gestão de documentos e processos digitais) e estamos focando nessa questão tecnológica. Hoje as secretarias se comunicam via SEI, sistema que também atende os munícipes. Vamos criar uma pasta somente para tecnologia, que é o futuro e vai nos ajudar muito. A cidade que não se atualizar, não colocar tecnologia de peso para desburocratizar e acelerar os processos ficará para trás", avalia.
Durante a entrevista o prefeito lembrou do Plano Diretor que está atrasado e deverá ser revisto. "A cidade precisa se desenvolver de uma forma organizada e precisamos de um Plano Diretor bem trabalhado. Vamos fazer isso já no ano que vem, para direcionar o crescimento regular", disse.
O Prefeito Caê garante que ao longo do mandato fará um trabalho para entregar uma cidade melhor,. "Sou jordanense, amo viver aqui, não quero ir embora de Campos. As pessoas percebem que a mudança está acontecendo. O legado que quero deixar é uma cidade melhor para moradores e turistas, fazer história, andar na rua de cabeça erguida, ter o carinho da população, até porque sou candidato à reeleição desde já", garante.
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