Saúde

“Efeito Cascata”: Remédio para TDAH leva 1 em 5 crianças a tomar outros psicotrópicos

Análise do Wall Street Journal revela que efeitos colaterais geram novas prescrições (antidepressivos/estabilizadores), criando uma "bola de neve" no tratamento

Escrito por Maria Júlia da Silva Binotto

21 NOV 2025 - 19H15

reprodução/APAE

O diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças não para de crescer, mas uma análise recente do jornal Wall Street Journal (WSJ) levantou um perigo silencioso no tratamento medicamentoso: o chamado "Efeito Cascata" na prescrição de psicotrópicos.

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Segundo o estudo, 1 em cada 5 crianças que começa a usar remédios para TDAH acaba recebendo prescrição de outros psicotrópicos (como antidepressivos e estabilizadores de humor) nos anos seguintes.

 Efeitos Colaterais Geram Novas Prescrições

A causa desse efeito é preocupante: os efeitos colaterais da primeira medicação para TDAH — como insônia ou irritabilidade — acabam gerando novas prescrições para tentar "equilibrar" ou mitigar esses novos sintomas, criando uma bola de neve farmacológica no quadro da criança.

O alerta é ainda maior para crianças que começam o tratamento muito cedo, na faixa etária de 4 a 6 anos. Por iniciarem o uso de medicamentos precocemente, elas se tornam as mais propensas a receberem esse conjunto complexo de drogas nos anos subsequentes.

O Questionamento na Comunidade Médica

Diante do crescimento nos diagnósticos e da complexificação dos tratamentos, o estudo levanta um questionamento central no debate sobre saúde mental infantil: Será que a medicina não está diagnosticando (e tratando) mais casos de TDAH do que o necessário?

A análise sugere a necessidade de uma revisão cuidadosa nas práticas de diagnóstico e tratamento, especialmente no que diz respeito ao uso de múltiplas classes de psicotrópicos em pacientes muito jovens.

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Por Maria Júlia da Silva Binotto, em Saúde

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